segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Genialidade Musical: I'll Keep Coming - Low Roar



Olá pessoal!

Estava pensando em novos tipos de artigos e um em especial veio a minha cabeça, uma análise de músicas que considero geniais, tanto a estrutura e conteúdo da letra quanto a parte instrumental, pois existem músicas que não são apenas uma diversão passageira, mas sim poesias profundas e significativas.

A escolhida dessa postagem foi I'll Keep Coming da banda islandesa Low Roar, do álbum "0" lançado em 2014, é uma banda extremamente desconhecida com  influência de Radiohead, e eu pareceria um belo Hipster se não admitisse que só ouvi a música por conta de um trailer.

O trailer em questão é do jogo Death Stranding, o novo game do famoso Hideo Kojima (criador da série Metal Gear Solid) e estrelado pelo ator Norman Reedus (o Daryl de The Walking Dead), o trailer é completamente abstrato, ninguém faz ideia do que ele realmente significa e já existem várias especulações sobre do que o jogo se trata.

A música logo se tornou consideravelmente famosa, o vídeo oficial já tem 1 milhão de views, tudo bem que não é nada demais, mas para uma banda pequena e alternativa da Islândia, é muito mais do que eles imaginavam.


A música chamou minha atenção de primeira, assim como o trailer, ela é bem abstrata, mesmo que a mensagem por trás dela seja consideravelmente simples.

Então irei analisar passagem por passagem da música para mostrar porque I'll Keep Coming é genial.


Nos momentos iniciais, você apenas ouve um som contínuo (que parecem conchas batendo) que mal podem ser considerados uma música, e começa o som do fundo, um sintetizador bem pesado e entra o vocal.

"Faintly, I'll go
To take this, Head on..."

Que significa "Fracamente, eu vou encarar isso, de cabeça erguida", o som opressivo ao fundo dá a ideia de alguém caído, quebrado, mas com uma promessa.

"Soon i'll come around
Lost and never found
Waiting for my words
Seen, but never heard
Buried Underground..."

"Logo eu estarei aí, perdido e nunca encontrado, esperando por minhas palavras, visto, mas nunca ouvido, enterrado no chão...".

Agora a ideia fica mais clara, a pessoa se sentiu perdida, muda e enterrada, a própria letra é vaga enquanto a isso, mas a faixa continua tomando forma, agora com vocais ao fundo, lembrando que todos os sons anteriores ainda estão tocando em paralelo.

"But i'll keep coming..."

"Mas eu continuarei voltando",  a batida começa e lembra o batimento de um coração, e outro som estranho e forte toca, é como se a pessoa estivesse voltando a vida.

"Wipe those tears off
And make your heart proud..."

"Limpe essas lágrimas, e faça seu coração ter orgulho"  significa deixar a tristeza de lado e lutar por algo melhor. O trecho anterior "Soon i'll come around..."  é repetido novamente, mas dessa vez com um novo significado, é como relembrar e reafirmar que:

"Eu continuarei voltando"

E isso é repetido até o fim da música, dando a ideia de que não importa quantas vezes ele caia, ele continuará voltando de novo e de novo, e a música está completa, todos os sons estão alinhados, aqueles sons abstratos e sem sentido do inicio tomam forma, assim como a pessoa.

I'll Keep Coming é uma música de superação, existem milhares dessas, mas essa é especial, pois não é apenas a letra que fala disso, é toda a estrutura da música, o timing entre os sons e os vocais e o que eles querem dizer, a própria faixa mal começa como uma música e vai se tornando uma ao final.

A escolha para o trailer foi perfeita, pois os acontecimentos do vídeo combinam, um homem deitado na praia (sons de conchas tocando no fundo), a letra de superação enquanto ele se levanta e o ápice da música quando ele olha para o céu e vê as figuras voadoras.

Não somente isso, pois essa escolha foi totalmente intencional, os fãs mais ligados de videogame irão notar que a música combina até mesmo com o próprio criador do jogo, Kojima foi demitido após quase 40 anos de trabalho na Konami por diversas desavenças com a empresa, ele deve ter ficado um tanto abatido, mas ele "continuou voltando", tanto que essas foram exatamente as palavras dele ao aparecer no evento para mostrar o game, ele disse ao público: "Eu voltei!".


Por isso considero "I'll Keep Coming" uma música genial, a banda pegou um tema bem batido (mas completamente universal) e fez algo novo e interessante, e agora toda vez que eu me sinto pra baixo, eu gosto de ouvi-lá e lembrar que eu mesmo "continuarei voltando".

Bem, é melhor que ouvir "You're the best around" pela bilionésima vez.





domingo, 20 de novembro de 2016

Um jogo chamado Vida Real 


Todo mundo que me conhece sabe que adoro videogames, e já comentei bastante como eles podem ser muito mais do que apenas um passatempo, e ser uma ótima experiência assim como um livro, um filme ou uma música. Com isso dito, nem todos os jogos são bons e alguns prometem muito e acabam por ser grandes decepções, então venho aqui falar de um dos jogos que mais quebra minha cabeça, um que não faço ideia se é o pior ou o melhor jogo que já joguei, ele se chama Vida Real, ou apenas VR, para mim não ter que escrever em extenso toda vez.

Vida Real é extremamente longo, enquanto a maioria dos jogos duram no minimo 10 a 20 horas (com exceções a alguns RPGs e Sandboxes que podem durar mais de 100 horas), Vida Real parece interminável, sua jogatina pode durar anos, e mesmo com todo esse tempo, é extremamente difícil completar todos os objetivos.

Esse tipo de imagem é o que mais aparece quando você procura "Vida" no Google imagens

A própria ideia de objetivos é bem estranha no jogo, não há nenhuma caixa lhe guiando, nenhum motivo claro, só alguns personagens que podem te dar ideias do que fazer nesse mundo gigantesco, apesar de ser bem interessante, isso pode causar uma jogabilidade extremamente repetitiva e sem foco.

No inicio do game, você nasce com quase nenhumas habilidades, existem alguns guias que lhe dão o tutorial, mas você demora anos para aprender todos os comandos, são milhares de variáveis com diversos resultados, e mesmo após passar por esse tutorial, o jogo continua te ensinando mais comandos durante seu progresso.

Você no inicio do jogo

A liberdade de ações é questionável, teoricamente você pode fazer o que quiser, mas é necessário seguir um número infinito de regras, que ao serem quebradas irão trazer consequências que podem arruinar toda a jogatina.

"Correr pelado pela rua parecia uma ótima ideia"

 O game usa um sistema chamado "Dinheiro", onde é preciso completar algumas sidequests ,em qualquer outro jogo isso seria apenas um colecionável, mas em Vida Real ele é vital.


Conseguir "Dinheiro" não é nada fácil, você pode pedir emprestado para seus guias do tutorial, mas geralmente é pouco e raramente resulta em progresso, a melhor forma de adquirir o item é achando alguns minigames chamados "Trabalhos".

"Trabalhos" são um saco absoluto, você precisa fazer tarefas repetitivas por extensos períodos de tempo que podem ou não lhe dar o tão necessário "Dinheiro", e isso me leva a minha maior critica ao jogo.

"Só trabalho sem diversão faz de Jack um bobão"

Nada é certo em Vida Real, você pode dar todo seu tempo, esforço e conhecimento em seus objetivos (que lembrando, você mesmo tem que criar) e isso não necessariamente significa que você irá vencer, Isso é extremamente desleal para um jogo, pois em muitas vezes não há recompensas por tudo que você investiu.

Até mesmo sua relação com os outros personagens, mesmo que você faça tudo correto, eles talvez não colaborem com você, isso porque Vida Real não é premeditado, não segue uma exata narrativa, ao invés de inteligências artificiais, o jogo inteiro é multiplayer.

As histórias são diferentes para cada jogador, todas geralmente bem imprevisíveis.

Identifique o personagem principal...
Pois é, não existe nenhum

Alguns outros jogadores nascem com mais itens, outros com melhores atributos (vale lembrar que não há opção de customizar aparência no inicio), isso pode acabar criando um bug chamado "desigualdade", e o pior de tudo é que até mesmos os patches feitos para resolverem esses problemas podem acabar criando novos bugs.

A comunidade que tenta consertar os bugs de VR tem o nome estranho de "Política", e mesmo com diversas promessas, eles parecem pouco confiáveis e muitos de seus "consertos" são extremamente questionáveis.

Eles parecem querer consertar o jogo pra você?

Existem elementos de RPG em Vida Real, como ganhar experiência para aperfeiçoar habilidades e precisar atuar em diversos momentos, pois há vária regras que você tem que seguir para ser bem aceito nas comunidades e clãs do jogo (formados por outros jogadores).

Alguns clãs se odeiam por razões pífias como cor ou ideologia do personagem, o que me pareceu bem idiota e só atrapalha o jogo.

As brigas sem sentido que ferram o jogo

O item "Dinheiro" também pode ajudar em outro sistema do jogo, chamado "Status", que mostra sua influência sobre os outros jogadores, alguns podem te ignorar se seu "Status" não for grande o suficiente.

Mas de longe a pior coisa de Vida Real é a morte eterna, enquanto em outros jogos você pode repetir a mesma parte até fazer certo, em VR você só tem uma 1 vida, e digamos que não é um jogo nada fácil, seu personagem é frágil e pode morrer por qualquer coisa, como por exemplo: doenças (um elemento do game só para te sacanear), desentendimentos com outros jogadores (por brigas ou por ele queria roubar seus itens) e até mesmo por excesso de jogo.

Você jogou demais

Não parece ridículo? o jogo te mata por jogar demais, geralmente após 60 anos de jogatina, é algo impensável em qualquer outro game.

Eternamente

Resumindo, é uma bela confusão, eu passaria um bom tempo listando todos os problemas e contradições que Vida Real têm.


Porém, devo admitir que os gráficos são certamente os mais realistas que já vi, todas as texturas são perfeitamente construídas, já a quantidade de frames por segundo eu prefiro não comentar, pois é um assunto bem complicado que vários especialistas já discutiram e não tenho nada a acrescentar.

Gráficos ultra HD 4K

Inicialmente, a beleza gráfica era o único ponto positivo que conseguia pensar, e Vida Real não poderia possivelmente receber uma nota alta, mas ao mesmo tempo não poderia dar uma nota baixa sem saber mais sobre o game, refleti por anos, qual é o motivo, razão ou utilidade de VR?

Algo com mecânicas tão quebradas não poderia ser intencional, então tentei procurar a suposta empresa por trás do jogo, ver o que diabos aconteceu durante a produção dessa linda bagunça tão fascinante.

Qualé desse jogo?

Mas não consegui achar nada concreto, então pedi nos fóruns do jogo se alguém sabia da história da produtora do game, muitos vieram com a imagem de uma cruz, aparentemente de uma produtora chamada "Deus", suponho que a cruz seja a marca da empresa.

Simples e efetivo

Recebi milhares de símbolos e nomes de empresas diferentes, uma em específico me chamou a atenção, chamada Ciência, que tinha uma explicação mais crível da produção do game, mas também acabou por ser nada concreto no final.


Ninguém estava certo e ninguém estava errado, parecia que o jogo simplesmente se formou, se produziu, com mecânicas, visuais e lógicas únicas e próprias. Parei de procurar após um tempo, e tentei me focar apenas no jogo, e não em sua criação, e cheguei a algumas conclusões.

Vida Real é um jogo quebrado, difícil e desleal , mas ao mesmo tempo, tem momentos tão bons e memoráveis que definitivamente deve ser jogado até o fim, a frustração de falhar várias vezes na mesma ação é recompensada ao você finalmente vencer , é uma situação única e extremamente satisfatória.

Eu descobri que VR não é só sobre cumprir objetivos que você mesmo cria, é sobre o quanto você consegue jogar e se manter forte perante as dificuldades, todo game tem partes maçantes de repetição e que parecerem desnecessárias de primeira, mas que em retrospecto são essenciais a experiência.

Pois não é a conclusão, mas é a jornada inteira que vale a pena, mesmo que por muito tempo a jornada seja difícil e desleal, é sobreviver a isso que torna Vida Real um jogo tão único e fascinante.

Não faço ideia de que nota poderia dar a VR, não é uma qualidade que possa ser medida nas formas convencionais da escrita crítica, só posso dizer que fico feliz em jogar Vida Real todos os dias, mesmo deliberadamente não sendo muito bom.



segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Analisando a Saga Star Wars - Episódio III - A Vingança dos Sith



Após receber mais uma decepção com o Ataque dos Clones, era de se esperar que os fãs baixassem as expectativas totalmente para o terceiro filme, mas é claro que isso não aconteceu, os fãs ainda apostavam muito na terceira tentativa de George Lucas.

O filme atendeu as expectativas? mais ou menos.

A história é bem menos politica e mais fácil de entender, apesar de introduzir um novo vilão do nada, Darth Grievous apareceu primeiro no desenho 2D de o Ataque dos Clones (não o desenho 3D posterior, mas aquele feito entre o episódio II e III), de qualquer forma, quem não viu o desenho (como eu) ficou boiando nessa parte.

Devo dizer que a introdução de A Vingança dos Sith é bem divertida (e os fãs tiveram um breve alívio sobre a qualidade do filme), a batalha espacial e o resgate na nave são bem legais e lembram o espirito aventureiro da trilogia clássica, até o uso de CG é bem justificado nesses 23 minutos iniciais.


Mas logo esse alívio vai embora, pois os sets em CG, o romance de novela mexicana e os diálogos que parecem poesia ruim voltam todos, tudo isso fica evidente na cena da varanda, que é um momento que era pra ser bonitinho, mas acaba sendo bem constrangedor.

Falta algo nessa cena, e é o simbolo da Televisa

As atuação varia pelo menos, Hayden Christensen só era ruim no episódio II, aqui ele varia de "ok" para "ruim", o ator que faz Palpatine (Ian McDiarmid) varia entre "contido" e "personagem de Looney Tunes", eu diria que é bizarramente divertido, mas num filme que deveria ser sério (afinal essa é a queda de Anakin ao lado negro da força), só acaba sendo hilário.


Sem falar da luta dele contra o Yoda, se retirar os efeitos especiais, vai parecer um velho maluco acertando o ar com uma bengala. O confronto entre Obi Wan e Darth Grievous também é bem decepcionante, mesmo com o inimigo tendo um visual bem legal e 4 sabres de luz, ainda é uma das lutas mais fracas da trilogia.

Não se anime

Mesmo com todos esses problemas, eu ainda acho que A Vingança dos Sith é o melhor da "nova" trilogia, há boas cenas e ideias no meio de tudo isso, como aquela cena da ópera (uma certa metalinguagem com ópera espacial), onde Palpatine conversa com Anakin sobre o lado negro, é uma das poucas vezes onde a mitologia de Star Wars é explorada.


Aquela parte onde Anakin e Padmé refletem sobre o que virá no futuro é uma versão sombria da cena onde Luke olha para o sol binário em episódio IV, a diferença é que Luke espera pela aventura, e Anakin espera pela tragédia, digam o que quiserem, mas é uma cena bem interessante e uma menção inteligente.


Se ao menos a atuação dessas cenas ecoasse pelo resto do filme. George Lucas é um bom diretor visual, mas tem problemas sérios em escrever roteiros.

As partes trágicas teriam muito mais impacto se a queda de Anakin fosse mais verossímil, toda aquela sequência da Ordem 66, apesar de bem dirigida, parece repentina demais.


De certa forma, Lucas consegue fazer algum impacto emocional, mesmo com todo dialogo e atuações ruins, eu lembro desse ser um dos filmes mais sombrios da minha infância, ver os Jedis sendo traídos e executados não era que algo que eu esperava naquela idade (sem falar do massacre das crianças no templo Jedi).

A luta final é considerada muito exagerada por alguns fãs (bem, é um duelo de sabres num planeta vulcânico), mas acho ela muito boa, Star Wars é exagerado, quantas lutas em lugares exóticos já tiveram na série?

É claro que tem uns diálogos bem vergonhosos no meio de tudo isso como "Acabou Anakin! eu estou em terreno firme!" e "No meu ponto de vista, maligno são os Jedi!", e também tem coreografia demais para uma luta que deveria ser mais emocional, mas ainda considero um dos melhores duelos da saga, e a música do John Williams certamente ajuda muito.


Falando em John Williams, aqui ficam algum destaques da trilha sonora:





Quando era criança, eu tinha pesadelos com essa cena do Anakin sendo queimado com lava, e ficando deformado (que é o motivo dele usar a armadura de Darth Vader), era uma parte bem perturbadora para alguém da minha idade em 2005.

Mesmo sendo bem problemático e tendo coisas que me irritam bastante, eu ainda daria uma nota alta para A Vingança dos Sith, é o único da trilogia "nova" que eu gosto de assistir quando está passando, e também foi um filme marcante na minha infância, se "A Ameaça Fantasma" foi o inicio da fantasia, "A Vingança dos Sith" foi a dura e cruel realidade atingindo meus 9 anos de idade em cheio.

Boas pessoas podem se tornar ruins, algumas ideologias podem parecer boas à primeira vista, mas se revelam agressivas depois, independente dos problemas de Episódio III, ele foi um dos primeiros filmes a me mostrar algo mais sombrio,e eu o admiro por isso.

Como havia dito antes, não acho que a estrutura da história da trilogia seja ruim, mas é mal executada, veja bem:

"Anakin é um jovem escravo no planeta de Tatooine e vive com sua mãe (também escrava), até que um dia um cavaleiro Jedi (Qui Gon Jin) chega em seu planeta e descobre que Anakin é forte na Força, após provar sua habilidade com a corrida de Pods, ele deixa a casa e a mãe para trás para começar seu treinamento Jedi.

Lá ele é considerado o escolhido de uma profecia que diz que ele irá trazer balanço na Força e eliminar os malignos Siths, após a morte de Qui Gon, Obi Wan Kenobi se torna o mestre de Anakin, ele passa por anos de treinamento, e se apaixona por Padmé, apesar das restrições de relacionamento no código Jedi, os dois se envolvem em segredo.

Ao voltar para Tatooine, Anakin descobre que sua mãe é capturada pelo povo da areia, ao encontra-la, ela morre pelos ferimentos e Anakin massacra a tribo inteira como vingança (todos os homens, mulheres e crianças), isso já cria uma das primeiras inclinações dele ao lado negro.

Padmé fica grávida e Anakin sonha/prevê a morte dela, perturbado ele cai na manipulação do senador Palpatine, que na verdade é um lorde Sith disfarçado, Anakin trai os Jedis e se une aos Sith, em sua queda ao lado negro, ela acaba machucando gravemente Padmé (e potencialmente causando a morte que ele próprio previu) e luta contra seu antigo mestre Obi Wan, ele perde a luta, os membros e é terrivelmente queimado em lava, tendo de usar uma armadura robótica no futuro.

Os filhos de Padmé sobrevivem e são separados, são eles Luke (que é levado ao planeta natal de seu pai) e Leia (que é adotada pela realeza de Alderaan, se tornando princesa), e Anakin, agora envolto a armadura e ao lado negro, se torna Darth Vader."

Isso parece uma má história de origem? tudo parece bem para mim (exceto por toda aquela parada de Anakin ter construído C3P0), se a pessoa não viu os filmes e ler esse resumo, pode até parecer bem interessante, mas mal sabe essa pessoa a quantidade de atuações e diálogos ruins que estão no meio de tudo isso.

Então de certa forma, eu admiro mais o que George Lucas estava tentando fazer do que ele de fato fez.

Nota: 7,5/10

Alguns devem se perguntar se realmente sou fã da saga, afinal, mesmo as prequels sendo filmes importantes na minha infância, eu ainda critiquei bastante eles, eu decidi não me cegar pela nostalgia, toda a trilogia é bem problemática, mas acredito que quando você ama algo (qualquer coisa), você não ignora os problemas, você entende e convive com eles, eu adoraria que esses filmes fossem melhores, mas também não acho que seja o fim do mundo como muitos fãs acham.

Digo mais, poderia ser bem pior, as partes ruins desses filmes são realmente ruins, mas você sempre acha uma coisa ou outra que se salva, e bem, a trilogia clássica não é tão perfeita assim, alias, muito dos problemas que vemos aqui já davam para identificar nos originais.

Ou você vai dizer que essa cena de "O Retorno de Jedi" é boa?



De qualquer forma, Star Wars mudou o rosto do cinema para sempre, isso é inegável, a legião de fãs é uma das maiores do mundo, e o carinho por essa saga é do tamanho de uma galáxia inteira.
Queria mostrar esse vídeo do Nostalgia Critic, que me fez repensar algumas coisas sobre essa trilogia,e admito que peguei muito coisa desse vídeo para escrever essas análises.





domingo, 25 de setembro de 2016

Analisando a Saga Star Wars - Episódio II - O Ataque dos Clones.



Após o grandioso sucesso e decepção que a Ameaça Fantasma foi, fãs já começaram a baixar as expectativas para o segundo filme, nos anos 2000, a internet já era a grande mídia do mundo moderno, então comentários e criticas do filme anterior já eram comuns em diversos fóruns e discussões na internet.

Então os estúdios começaram a dar ouvidos a recepção pública e mudar os filmes conforme o agrado dos fãs, certamente o aspecto mais demonizado da Ameaça Fantasma foi Jar Jar Binks (mesmo esse sendo apenas um dos diversos problemas do filme), George Lucas até poderia continuar forçando Binks goela abaixo dos fãs, mas felizmente decidiu não fazer.

Então um dos pontos positivos de o Ataque dos Clones é que ele se livra de Jar Jar Binks, não totalmente, ele ainda aparece no filme, mas em apenas duas cenas e sem nenhuma piadinha idiota, mas se o problema do Binks foi resolvido, todo o resto dos problemas de A Ameaça Fantasma são ampliados na sequência.

Começando pela história ainda mais política e complicada, quando criança eu não entendia quase nada da história, e quando revi hoje, ainda tive dificuldades de entender completamente (ou talvez eu seja só burro), bem, tem alguma coisa a ver com separatistas da república, um exercito de clones e mais tratados para assinar, ou seja, é tão divertido quanto seu livro de história do ensino médio.

Isso me leva a algo que irei aprofundar na análise do próximo filme, eu não acho que a estrutura das histórias das prequels seja ruim, mas elas certamente são mal executadas.

O máximo de expressão de Anakin

Considerando o episódio I, já era de se esperar que a história fosse ficar mais politica, o segundo problema é o romance entre Anakin e Padmé, a atuação inexpressiva dos dois (Hayden Christensen e Natalie Portman) faz parecer uma novela mexicana no espaço, sem falar dos diálogos como: "Eu não gosto de areia, ela entra por todos os lugares".

O pior é que essa é uma parte longa do filme, mesmo Lucas tendo tempo suficiente pra criar uma relação interessante, tudo parece errado, nem a bonita trilha do John Williams consegue injetar emoção entre os dois.


Farei até uma defesa a versão dublada do filme, o dublador Peterson Adriano (mais famoso por fazer a voz do Bart Simpson), consegue fazer a atuação inexpressiva de Christensen ser menos pior, até colocando mais emoção nas cenas do Anakin.


Nem todos atores estão ruins, eu sempre gostei muito de Ewan Mcgregor como Obi Wan, no episódio I ele era bem genérico, mas nessa sequência ele se torna o personagem mais interessante do filme, muito por suas semelhanças com a atuação de Alec Guinness (que era o Obi Wan velho na trilogia clássica), até a forma de falar é bem parecida, você acredita que ele é a versão mais nova do personagem.


Enquanto é difícil acreditar que um jovem chato e irritante como Anakin irá se tornar Darth Vader um dia, talvez com exceção com a cena onde ele procura a mãe (e acha) em seu planeta natal, ele no speeder dirigindo no deserto com "Duel of Fates" tocando no fundo, é uma boa cena, e um dos poucos momentos onde ele age como o vilão mais famoso da saga no futuro.


Tem também uma cena bem breve onde Anakin revela seus pensamentos mais "fascistas", mas é envolto as cenas românticas, então é bem fora de foco.

A trilha do John Williams ainda é muito boa, mas é uma das menos memoráveis da saga, alguns destaques são:




O maior problema do Episódio 2 é sem dúvidas o uso ainda mais exagerado de CG, agora não só em monstros e cidades, mas sets inteiros, até as armaduras do exercito de clones é feito em CG, se as coisas já pareciam artificiais em A Ameaça Fantasma, que parecia uma cutscene de Playstation 1, aqui só evoluiu para uma cutscene de Playstation 2.


Isso prejudica muito as cenas de ação, a perseguição no inicio com um visual bem Blade Runner/ Quinto Elemento, a cena da fábrica de robôs, a arena e a subsequente guerra dos clones são criativas e bem dirigidas, mas é tudo tão artificial que você não sente o impacto que você deveria sentir, parecem bonecos digitais lutando contra outros bonecos, então elas acabam não sendo tão empolgantes.



Tem momentos que tentam lembrar "O Império Contra Ataca", como a perseguição de naves nos meteoros (que tem até o mesmo desfecho da cena homenageada) e a própria estrutura do filme (no final os vilões vencem, Anakin perde a mão e recebe uma robótica), a diferença é que o Império Contra Ataca é considerado por muitos o melhor da saga, enquanto Ataque dos Clones junto com A Ameaça Fantasma são considerados os piores.

Desde criança esse fora o meu menos favorito, por mais que eu gostasse das partes de ação, todo o romance chato e politica chata eram motivos para deixar o filme de lado, e isso não mudou nem um pouco em mim, até o episódio I eu vi diversas vezes, mas eu posso contar nos dedos quantas vezes eu assisti O Ataque dos Clones.

Nota: 5/10


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Analisando a Saga Star Wars - Episódio I - A Ameaça Fantasma




Olá pessoal!

Depois de muito tempo, voltei ao blog pra falar de Star Wars, desta vez eu quis analisar a fundo todos os filmes dessa saga da qual sou muito fã, já aproveitando minha maratona anual e com a espera de Rogue One em dezembro.

Primeiro irei comentar sobre as Prequels, depois a trilogia clássica e terminando com o filme mais recente, será uma postagem por filme, então serão 7 artigos.

As prequels de Star Wars são um assunto bem polêmico entre os fãs, pois são filmes de qualidade realmente questionável, muitos odeiam, alguns defendem, outros amam, mas onde fico eu nessas três categorias?

Em um um pouco de cada uma.

A Ameaça Fantasma talvez tenha sido o filme mais esperado da história dos cinemas, pessoas acampavam na frente do cinema semanas antes só pra garantir seu lugar na sala (isso foi antes da compra antecipada), fãs enlouqueciam a cada nova informação dada, numa época onde a internet ainda estava engatinhando, a fanbase de Star Wars é uma das maiores do mundo e esperaram mais de 15 anos para ver Star Wars novamente nos cinemas.

Era uma tarefa impossivel agradar a todos, mas a maioria esperava que o filme fosse minimamente decente.

A minha ideia com essas análises e dissecar todos os filmes da saga, ver tudo que eu considero bom e ruim, de uma forma mais critica e profissional (apesar de não ser nenhum profissional), sem se apegar muito a nostalgia que pode esconder alguns problemas desses filmes, mas também longe do ódio e ressentimento que alguns fãs tem por essa trilogia.

Isso porque admito que adorava A Ameaça Fantasma quando criança, era um dos filmes que costumava assistir repetidamente nas tardes da minha infância, era provavelmente meu terceiro filme favorito quando tinha 5 anos de idade junto com Rei Leão (1º) e Jurassic Park (2º).

E vendo hoje, os problemas do filme são bem visíveis, eu não irei defender ferrenhamente por conta da minha nostalgia, atualmente eu não acho A Ameaça Fantasma um bom filme, mas também não acho que ele seja completamente ruim e não tenha nenhum fator redimível.


Primeiramente, vamos começar com os problemas, porque todo fã de Star Wars já deve ter ouvido as mil críticas do filme várias vezes e nada do que eu escrever será novo para esse público, o problema que mais transborda A Ameaça Fantasma é seu uso abusivo de CG (computação gráfica/efeitos especiais).

O uso de CG conquistou Hollywood e o público com filmes como Jurassic Park e Exterminador do Futuro 2, o problema é que no resto dos anos 90 o cinema ficou muito dependente dele, filmes como Independence Day (1996), Twister (1996) e Armageddon (1998) são alguns dos vários exemplos de filmes que só fizeram sucesso por conta do seu uso de CG, mas tem pouco cuidado de roteiro, pessoas queriam ver espetáculos, mas não pareciam se importar tanto com a história.


George Lucas foi uma das pessoas que ficou fascinado com o CG, pois sua mente é inegavelmente muito imaginativa, e os efeitos visuais possibilitavam ele fazer o que quisesse, foi por esse motivo que ele decidiu fazer as prequels de Star Wars, pois ele não teria mais que ficar limitado ao orçamento e aos efeitos práticos (que certamente levam muito mais tempo para fazer), podendo realizar sua imaginação na tela sem freios.

Isso inicialmente pode até parecer bom, mas há dois problemas, um é que o diretor pode acabar se tornando preguiçoso ao apenas usar o que é mais fácil, e segundo é que as restrições obrigam o diretor a ser mais criativo e fazer o possível para tornar o seu filme melhor, Lucas não teve nenhuma restrição, ninguém criticou seu trabalho, todos o viam como um visionário que não poderia errar.

Então em muitos momentos, A Ameaça Fantasma parece uma cutscene gigante de um jogo de Playstation 1, devia parecer bem bonito em 1999, mas hoje em dia é risível.


E isso nos leva ao maior fator de destruição desse filme, Jar Jar Binks, um dos piores usos de alivio cômico da história do cinema (sipá o pior), seu CG é horrível, suas piadas são horríveis e várias cenas envolvendo ele não tem absolutamente nenhum impacto na história do filme, talvez se Jar Jar Binks não existisse, A Ameaça Fantasma não seria tão odiado.

O anticristo

Outro problema é a história com alta menção politica, eu não  necessariamente acho isso ruim, mas há quem diga que as histórias de Star Wars deveriam ser simples, prezando mais a aventura do que "o universo e política da saga", de qualquer forma, tem várias cenas no senado galático, alguma coisa sobre impostos e bloqueio comercial, e sim, isso é tudo tão chato quanto parece. Mas de certa forma, acho interessante Lucas ter tentado dar mais profundidade no universo de Star Wars, mesmo que não seja realmente necessário.

Ele também tentou explicar a Força de modo científico, com a ideia dos Midi-Chlorians (formas de vida microscópicas inteligentes que viviam dentro das células e eram os responsáveis pela geração da Força nos corpos), também não acho isso terrível, mas certamente trai toda a ideia de espiritualidade da Força, que era algo tão legal na trilogia clássica.


As atuações são bem mecânicas, mesmo tendo ótimos atores e atrizes como Liam Neeson, Samuel l. Jackson e Natalie Portman, todos parecem estar no piloto automático, a maioria é bem inexpressivo pela maior parte do filme, exceto em cenas onde eles se obrigam a aparentar mais emoção.

A atuação da criança que faz o jovem Anakin é bem ruim, mas não culpo o garoto, isso parece ser mais a mal direção de atores de George Lucas do que realmente preguiça do jovem ator.


Também falta um vilão de peso no filme, Darth Maul é um dos personagens mais mal aproveitados que me lembro, mesmo tendo um visual bem memorável, ele tem um ou dois diálogos no filme, não tem carisma nenhum, e as pequenas aparições do imperador Palpatine não são o suficiente.

Vou parecer maneiro e fazer vários nada durante o filme

Após toda essa negatividade, o leitor pode estar se perguntando se há de fato algo bom nesse filme, e apesar de pouco, tem coisas legais em A Ameaça Fantasma, todo o design dos planetas, das naves e dos alienígenas ainda é bem criativo e faz lembrar da trilogia clássica (mesmo tudo parecendo mais avançado, o que não faz sentido na cronologia da série), eu gosto dos designs de Naboo, da cidade dos Gungans e de Coruscant (esse último lembra bastante Metropolis de Fritz Lang).

 



Se George Lucas deixa a desejar na direção de atores, ele ao menos consegue fazer cenas de ação, alguns fãs reclamam, mas eu pessoalmente adoro a corrida de pods, acho uma cena empolgante e a produção de som certamente ajuda muito, você sente a velocidade daquelas máquinas com o som e com as cenas em primeira pessoa, além do mais, essa cena inspirou um jogo bem divertido de Nintendo 64.



A cena do luta de Obi Wan e Qui Gon contra Darth Maul é muito bem coreografada e dirigida, algo que faltava na trilogia clássica, os duelos de sabre de luz sempre pareciam bem contidos nos filmes antigos, e nas prequels as lutas atingiram esse potencial maior.


E com essa cena chegamos ao que eu acho ser o ponto mais alto de A Ameaça Fantasma, a trilha de John Williams é fenomenal, talvez não tão icônica quanto a trilha original, mas é tão épica quanto, alguns destaques são:





Star Wars: A Ameaça Fantasma teve uma recepção extremamente dividida, alguns fãs gostaram (o que na verdade podia ser negação), alguns críticos gostaram (o que pareceu mais pressão dos fãs) e outros fãs e críticos odiaram (por colocar fé demais no filme), de qualquer forma, todo mundo tem um problema ou outro com o filme, até eu quando criança achava um saco aquelas cenas do senado, e vivia pulando direto pras cenas de ação.

Nota: 5,5/10

A Ameaça Fantasma é o maior exemplo de quanto as expectativas dos fãs podem ser devastadoras, que por mais que amemos alguma coisa, não devemos colocar toda a fé do mundo nessa coisa, e é uma lição que infelizmente parecemos nos esquecer, basta ver quantos filmes recentes tiveram mal recepções pelo hype gigantesco que geraram e obviamente não conseguiram atender.

O filme nunca vai ser tão legal quanto você espera, aprendam a conter as expectativas, eu estou esperando Rogue One tranquilamente, se for bom, ótimo, se for ruim, próximo!


segunda-feira, 27 de junho de 2016

Resenha: Game of Thrones: Sexta Temporada


Importante: contém spoilers das cinco primeiras temporadas, os spoilers da sexta terão um aviso antes e estarão em itálico.

 Eu amo Game of Thrones, alias, nos últimos anos começo a acreditar que As Crônicas de Gelo e Fogo é minha saga favorita de fantasia, até mais que Senhor dos Anéis e Harry Potter (que vamos admitir, são os únicos de real sucesso), pelo seu realismo, história e personagens complexos, batalhas extremamente emocionais e viradas de roteiro incríveis, mas estou me referindo mais aos livros do que a série.

A série não é perfeita, achei a quinta temporada bem fraca com exceção de um episódio (Hardhome), e o problema parecia ser que naquele momento a série encontrava dificuldades de adaptar o quarto e o quinto livro e inventar novas histórias ao mesmo tempo, porque o seriado não adaptou 100% do que estava no livro, e seria realmente bem inviável, são muitos personagens e muitas tramas secundárias para caber em 10 episódios de uma hora.


Agora que a série oficialmente passou dos livros, acredito que Game of Thrones ganhou um novo rosto próprio, e isso não é ruim de modo algum, mesmo que a série inegavelmente se tornou um tanto previsível.

A imprevisibilidade dos acontecimentos era algo que diferenciava as obras de George R.R. Martin  de outros livros de fantasia, momentos como a morte prematura de Ned Stark e o massacre do casamento vermelho eram chocantes e únicos, reviravoltas completas das narrativas comuns, e o interessante era ver onde essas reviravoltas iriam seguir.


Então após ultrapassar as tramas dos livros, como que a série poderia continuar nos surpreendendo?

Senão com reviravoltas, então com espetáculos.

Se de certa forma perdemos a imprevisibilidade, ganhamos exatamente aquilo que queríamos: guerras, conflitos diretos entre personagens importantes, e finalmente, resoluções, algumas exatamente como os fãs previram.


Esse é um problema que os livros têm, Martin criou tantas tramas secundárias que ficou difícil para ele como autor arranjar conclusões satisfatórias, e acredito que esse seja o motivo da demora do lançamento de livros novos.

Diria que o ponto mais fraco desta temporada foi o treinamento da Arya em Braavos, foi um tanto decepcionante toda aquela construção para uma conclusão tão comum, Aviso de spoiler:  Toda aquela parte final dela escapando da mulher sem face, levando facadas e ainda tendo forças para fazer parkour pareceu bem mal escrita.

Arya ficou cega ao assistir as cenas de Dorne na quinta temporada

O cerco de Riverrun também pareceu muito apressado e teve uma conclusão bem medíocre, tanto que prefiro nem comentar muito sobre, assim como tudo sobre Euron e os Greyjoy.

Com isso dito, Game of Thrones se tornou bem mais simples, mas continua envolvente, pelo menos as tramas principais. Alguns momentos de ouro foi a revelação do nome do personagem Hodor no quinto episódio, foi bem emocional, a cena que antecede foi bem tensa e reminiscente dos melhores momentos de Hardhome.

Nunca o ato de segurar uma porta foi tão emocional

Aviso de spoiler: Apesar da volta do Jon Snow a vida ser bem previsível, fizeram bom uso do personagem, e ele nos deu alguns dos melhores episódios dessa temporada.

Agora, ao principal, os dois últimos episódios talvez tenham sido o momento mais épico na história dos seriados, a guerra dos bastardos foi a melhor guerra já feita na televisão, o diretor de ambos os episódios, Miguel Sapochnik, se mostrou um monstro da direção, e olha que antes disso ele não havia feito nada de impressionante (um filme sci-fi bem medíocre chamado Repo Men), mas me parece que GOT liberou o gênio cinematográfico que vivia dentro dele, porque há momentos de pura genialidade nos episódio 9 e 10.

Por exemplo, Aviso de spoiler: Jon Snow quase morrendo pisoteado na guerra, o tema dos starks tocando ao fundo, até ele escalar os corpos e recuperar a respiração; a morte poética de Ramsay Bolton; o plano sequência no meio da batalha.

O mosh pit mais brutal dos sete reinos

Arrisco dizer que o episódio 10 foi o melhor final de temporada desde o final da terceira temporada de Lost, e isso foi há 10 anos atrás, a primeira cena foi uma das composições mais diabolicamente bonitas que eu já vi, a junção da música com os acontecimentos foi espetacular, as revelações e promessas para a próxima temporada vão fazer difícil a espera de um ano até lá.

Todos se ajoelham perante a rainha louca

Eu não consigo achar a cena completa ainda, mas fiquem com a música, que como eu disse, é diabolicamente linda.



Se fosse apenas por esses dois episódios, essa temporada ganharia nota máxima sem pensar duas vezes, mas como devo analisar como um todo, ainda houveram partes decepcionantes, mas é só relembrar dessa cena que não consigo baixar mais do que um ponto. Game of Thrones é o maior fenômeno televisivo dos últimos anos, e certamente merece todo o sucesso que está fazendo.

Nota: 9/10

domingo, 12 de junho de 2016

Anatomia de um Guilty Pleasure: parte III


De acordo com o Érick, Cirice é um clássico moderno

Olá pessoal!

Hoje é mais um dia dos namorados, o que pede por mais um artigo sobre músicas românticas ridículas que este autor secretamente gosta, há sempre aquelas músicas bem melosas que você tem vergonha de admitir que gosta, que canta sussurrando na calada da noite com medo de alguém ver e zoar da sua cara com toda a razão.

Exceto eu, porque irei mostrar as minhas, não é como se eu tivesse uma ótima reputação pra salvar, então foda-se. O problema que admito logo agora é que, por conta de eu já ter escrito dois desses artigos anteriormente (aqui e aqui), meu estoque de músicas de qualidade questionável está acabando, então eu tive que realmente ir pros lados mais fundos da minha vergonha, e apesar de ter poucas faixas abaixo, eu diria que uma em específico é bem vergonhosa e eu realmente não quis colocar ela nas listas anteriores.

Se você estiver se perguntando se eu tenho namorada (o que duvido muito), a resposta é: Óbvio que não, por que diabos eu estaria escrevendo um artigo num blog fracassado à 1:00 da madrugada no dia dos namorados?

E o pior é que eu não tenho nem dinheiro pra me embebedar.

Sixpence None the Richer - Kiss Me



Começando forte já, Kiss Me é a tipica música de patricinha no final dos anos 90, fez parte de um filme medíocre adolescente chamado "Ela é Demais'' com o "galã" Freddie Prince Jr. (o Fred do filme do Scooby Doo). Eu tenho um certo carinho pelo final dos anos 90, tudo bem que eu tinha apenas 3 anos quando esse filme foi lançado, mas eu consigo sentir uma nostalgia (mesmo que certamente falsa) dessa época, e essa música te transporta muito para esse cenário.

A música em si é bem memorável, mas é inegavelmente algo tão doce e bonitinho que acaba sendo um tanto vergonhoso.

White Flag - Dido

Bem, eu pensei em colocar Thank You da mesma cantora, mas essa é genuinamente boa, até o rapper Eminem gosta dessa música, tanto que ele usou como sample para a faixa Stan, dando uma maquiada bem mais dark, mas mesmo assim.


White Flag também é uma boa música, mas não é o tipo de música que eu aumentaria no máximo (talvez com os fones de ouvido) e cantaria junto sem nenhum pingo de vergonha, de certa forma, ela conta como Guilty Pleasure.

Você sabe que está no começo dos anos 2000 quando o astro do clipe é o Angel, o caça-vampiros.

The Hardest Part - Coldplay

Sabe, eu achava que as pessoas eram muito duras com Coldplay, eu achava que era uma boa banda, certamente não para todos os gostos, e muito como o U2, muitos absolutamente odiavam essas bandas e eu não via o porquê.

Então peguei minha música favorita dessa época do Coldplay, que é The Hardest Part, e que eu considero a última coisa boa que eles fizeram, Viva la Vida não foi horrível, mas bem chato, e eu odiei todo os álbuns novos deles, o que me fez entrar no trem do ódio que alguns já tinham embarcado há muito tempo.


Menina Veneno - Ritchie


Provavelmente a única música brasileira da lista (eu sei, tenho que parar com essa pagação de pau pra gringo), não há muito o que dizer, só preciso cantarolar "um abajur cor de carne" e tudo de errado sobre isso já está explicado (que diabos de cor é cor de carne?)

Mas vamos admitir, essa é a uma das faixas mais memoráveis da música brasileira.

Decode - Paramore



Oh meu deus, chegamos no último nível, a única música desta lista que eu realmente tenho medo de admitir, sim, essa é a específica que citei no início.

Aparentemente tem uma garota de 13 anos dentro de mim, Paramore é exatamente o tipo de banda que você categoriza para as crianças dessa faixa de idade, que dizem ter "sofrido" tanto por amor e que nunca se recuperarão, ou seja, o estereótipo caminhante de pré-adolescente emo.

Ainda mais pelo fato dessa ser a música oficial do primeiro filme da saga Crepúsculo, e que a letra faz menção a história do melodrama entre humana inexpressiva com o vampiro inexpressivo que tanto odeio.

Mas a verdade é que eu realmente gosto dessa música, acho que os riffs são legais, o vocal de Hailey Williams é emocional e forte, o solo e até a letra são boas, se não fosse pela associação com Crepúsculo, acho que outras pessoas poderiam vir a gostar dessa faixa, mesmo com o preconceito contra a banda.

Cirice - Ghost B.C.



É discutível se Ghost realmente merece estar nessa lista, alguns dizem que a banda é boa e uma das mais criativas dos dias atuais, outros dizem que é uma banda medíocre que se aproveita do visual escandaloso para chamar a atenção.

Eu não sei exatamente o que pensar, eu ouvi os três álbuns e eles não me pareceram muito bons, mas nada terrível também, de qualquer forma, Cirice é realmente uma boa música, foi um sucesso de crítica e de público, então o quê ela está fazendo aqui nessa?

O vergonhoso não é a música, é o quanto eu amo ela.

Eu comecei a ouvir isso na segunda-feira dessa semana (dia 6), a primeira de centenas, porque eu cheguei a um ponto de repeti-la várias vezes toda a noite antes de dormir, eu simplesmente não conseguia ouvir mais nada, e nada mais parecia tão interessante, é como se a música realmente fosse uma garota chamada Cirice, e todas as outras garotas não fossem tão legais como ela.

É difícil explicar, nem eu sei o que essa música têm, porque analisando friamente, não é nada demais, e aposto que se você ouvir, não vai achar nada demais, mas pra mim, Cirice é como um novo clássico, o solo e o refrão final me fizeram arrepiar de emoção.

Considerando os temas da banda, isso me deixa preocupado, Ghost se diz abertamente satanista, e eu ouvi isso justamente no dia 06/06/2016 e não consegui parar até agora, melhor eu rezar um belo terço pra ver se eu sou curado.