segunda-feira, 15 de junho de 2015

Resenha de Game of Thrones: Quinta Temporada (2015)



Eu demorei pra entrar na onda do mundo de As Crônicas de Gelo e Fogo, eu sou teimoso com coisas que fazem sucesso mas que não me conquistaram de primeira, e fico na dúvida se eu deveria assistir ou não. No inicio de 2013, resolvi comprar o primeiro livro da série, eu tinha achado interessante (apesar da forma confusa que George R. R. Martin introduz conceitos desse mundo), mas nada demais, tanto que larguei o livro pela metade. Até que durante a terceira temporada (que meus pais assistiam), chegou o famoso episódio 9 chamado As Chuvas de Castamere, eu devia estar jogando Skyrim na hora, e só lembro de ouvir gritos de desespero não só da TV mas dos meus pais na sala quando o inacreditável aconteceu (que eu não vou contar pra dar Spoiler, se bem que metade da internet já deve saber o que acontece no fatídico episódio).

Uma história que dispensa clichês e moralismos típicos desse gênero certamente chamou minha atenção, então dessa vez li os três primeiros livros e fiquei fascinado pelo mundo, pela narrativa e pelas reviravoltas de Westeros, é estranho que eu tenha me interessado em Game of Thrones justamente por causa dos Spoilers, que é algo que todos os fãs abominam.

Comecei a acompanhar a série, mas sempre lendo os livros primeiro, pra ter uma visão mais critica da adaptação, e não gostei muito da primeira temporada, acho que eles estavam experimentando bastante do que eles podiam e não podiam fazer, e a série não era muito diferente de outras séries de época mais violentas, como Spartacus.

Foi a partir da segunda temporada que eu comecei a gostar, principalmente pelo episódio da batalha de Água Negra, eu não tinha visto em outra série uma escala tão grande de épico como nessa. A terceira e a quarta foram as melhores temporadas porque foram baseadas no terceiro livro, que é indiscutivelmente o melhor da série.

Então eu estava bem empolgado para essa temporada, apesar de ter olhado torto pra algumas mudanças que iam fazer (onde diabos está Lady Stoneheart e quem diabos foi o animal que disse que seria uma boa ideia retira-la da trama?), mas mesmo assim, eu estava bem esperançoso, apesar de não gostar muito do quarto e quinto livro, achei que a série iria cortar as partes mais maçantes desses livros e extrair o que eles tinham de interessante.

A série começou bem, nada demais aconteceu no primeiro episódio, mas foi um bom descanso após a "tormenta de espadas" que a terceira e a quarta temporadas foram, porém, os próximos cinco episódios continuaram sendo nada demais, e isso certamente incomodou muito os fãs e eu. As mudanças seriam bem vinda se a metade delas não tivessem sido idiotas, agora os SPOILERS irão começar, se você não viu a temporada ainda, não leia pelo menos até a conclusão.

Spoilers: Vejam bem, o Mindinho jamais mandaria a Sansa pra um covil de psicopatas como os Bolton, porque apesar dele ser maquiavélico, ele gosta da Sansa, ele amava Catelyn e duvido que ele mandaria a filha dela para sofrer nas mãos das pessoas que a mataram, mas eu entendo, no livro mandaram Jeyne Poole (uma amiga de Sansa que foi com ela pra Porto Real no primeiro livro) fingindo ser Arya Stark,e na série não existe Jeyne Poole, então era mais fácil mandar uma personagem que todo mundo conhecia do que inventar outra de última hora, mas isso ainda traiu o personagem de Petyr Baelish, ainda mais porque a Sansa estava sendo procurada pela Cersei no momento, como diabos ele ia legitimar um casamento com uma fugitiva acusada de assassinato do rei? Seria burrice pura do suposto homem mais inteligente de Westeros.

Toda a parte envolvendo a Sansa foi só sofrimento e achei um tanto gratuito, até no livro a Sansa parou de sofrer um pouco, na série ela está ainda pior do que estava antes, trocando o psicopata mimado do Joffrey para o psicopata demoníaco do Ramsay, ver ela sofrendo me deixou mais cansado do que chocado.

Nome: Sansa 
Função: Sofrer

Brienne e Pod praticamente nem participaram dessa temporada, tendo só importância no último episódio, eu não tenho muito o que falar sobre eles, só que Brienne ficou encarando uma parede por 8 episódios.

O núcleo de Dorne foi ridículo, e o pior é que o casting dos atores foi bom, mas com aquele script não tinha como fazer algo decente, Jaime e Bronn ficaram em segundo plano num humor muito esquisito, isso é Game of Thrones! um mundo terrível onde qualquer um pode morrer, e não Bater ou Correr em Dorne! qualquer humor que não seja humor negro parece deslocado aqui. Dava pra colocar o Jackie Chan e o Owen Wilson nessa trama e não iria parecer estranho. As cenas de lutas desse núcleo foram de um nível Programa do Didi da Globo, resumindo, essa parte  (com exceção daquela cena de nudez maravilhosa e a cena final do Jaime com a Myrcella) foi bem desnecessária.

Essa dupla dinâmica do barulho vai aprontar mil confusões na terra de areia e sol

A morte de Shireen  me deixou mais chocado do que o Casamento Vermelho, não só por ter sido horrível, mas porque não fez sentido, o que foram todas aquelas cenas do Stannis sendo um bom pai? pra que diabos elas servem se você vai destruir todo o desenvolvimento do personagem até aquele ponto?

"Era pra mostrar o quão longe ele iria pelo trono", não, no livro tem soldados que estavam partindo pro canibalismo e o Stannis não pensou em queimar a própria filha, na série morreu alguns caras e isso foi suficiente. Segundo, porque ele queimaria sua única herdeira? ficou bem claro com aqueles fetos em jarras e a Scamagris da Shireen que ele não poderia ter mais filhos, e nem foi pelo trono, foi por uma batalha só, não importa o que digam, eu não compro isso na série, Stannis é o pretendente ao trono mais burro da história, e isso me parece má escrita e tentativa de choque barato (ou choque Baratheon, sei lá).

 A adaptação de Valyria foi o pior desculpa de orçamento baixo que já vi, no livro, Valyria é um lugar que antes tinha sido um grande império, mas que se tornou um lugar assolado por fogo, erupções vulcânicas e água fervente, ou seja, seria normal ver isso em Valyria:


Que na série virou isso:



Qualé, HBO? essa série é um dos maiores sucessos financeiros da história da TV e vocês me vem com isso?

A parte da Arya foi mediana, no inicio era um tédio absurdo, até parecia que o treinamento para virar um homem sem rosto era esfregar o chão e lavar louça, mas da metade pro final a história voltou a ficar interessante.

Arya esperando algo interessante acontecer nessa temporada

Tirando minha raiva (que certamente vai baixar bastante a nota final), vou dizer coisas que gostei nessa temporada, Tyrion está ótimo como sempre, Daenerys finalmente está deixando de ser uma chata e aprendendo a governar, o núcleo de Porto Real, apesar de eu achar meio corrido, fez um bom trabalho em adaptar a parte do poder da religião em Westeros, até tendo Cersei sofrendo as consequências de suas maldades, a cena da caminhada de expiação foi muito bem feita, fazendo você sentir pena dela, mas ao mesmo tempo sabendo que ela merece isso, Jonathan Pryce como Alto Pardal foi uma escolha genial.

E de longe a melhor coisa dessa temporada foi a Muralha, Jon Snow e Samwell Tarly foram os melhores personagens e tiveram as melhores histórias, principalmente no episódio 8 Hardhome, com aquela cena  final FANTÁSTICA da batalha contra os White Walkers, essa cena sozinha salvou a série de uma nota abaixo de 5 que eu ia dar, sendo extremamente tensa, aterrorizante e muito bem filmada.

Por um futuro com mais disso e menos de Trapalhões em Dorne, Sofrência da Sansa e A Brienne que encarava o nada.

Sobre o final da temporada, o acontecimento com Jon Snow aconteceu nos livros, e na série dava pra ver que ia caminhar pra esse lado, apesar de eu pessoalmente achar uma péssima ideia narrativa se livrar de um personagem que era literalmente a ÚNICA chance de vitória contra os White Walkers, mas sei lá, Game of Thrones já me surpreendeu antes com mortes que pareciam gratuitas, mas que se tornaram grandes pontes narrativas, isso é algo que só vou saber ano que vem com a próxima temporada ou com o possível lançamento de Os Ventos do Inverno.

Fim dos Spoilers

Concluindo, essa temporada foi indiscutivelmente a mais fraca da série, eu não reclamaria se as adaptações feitas não traíssem os personagens, diminuísse a grandeza de um cenário e fizesse escolhas sem sentido, teve cenas que foram bem adaptadas ou mudadas, mas a maioria dos acontecimentos me incomodaram, o que é uma pena, pois até a quarta temporada eu considerava essa uma das melhores adaptações de livro que tinha visto, e eu não reclamei de algumas mudanças naquelas temporadas, por exemplo, eu achei muito legal a Brienne ter se encontrado com o Cão de Caça, foi uma boa mudança e foi consistente, fez sentido, que é algo que essa temporada não teve muito.

Se não fosse por Hardhome, minha nota seria 4/10, mas como esse episódio foi um dos melhores da série, minha nota será:

Nota Final: 6/10

Alias, saiu uma música do Mastodon sobre Game of Thrones muito boa, junto com o tema principal
e Seven Devils de Florence + The Machine, é uma das melhores músicas associadas ao universo de As Crônicas de Gelo e Fogo.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Anatomia de um Guilty Pleasure: Músicas Românticas parte II
& Top 10 Músicas Românticas favoritas do Érick.




Olá Pessoal!

Em novembro de 2014, eu escrevi o artigo Anatomia de um Guilty Pleasure sobre músicas românticas, lembro de ter dito que eu deveria ter postado no dia dos namorados, mas que a data estava muito longe, então decidi fazer dois artigos em um só agora que realmente é dia dos namorados.

O primeiro artigo seguirá a mesma estrutura da postagem de 2014, o segundo será um top 10 de músicas sobre amor que eu genuinamente admiro. Pra quem não sabe, o termo Guilty Pleasure se aplica a músicas que você sente vergonha de gostar, o motivo de você ter vergonha pode ser pela desaprovação do resto do público ou dos seus amigos, e também pode ser uma música que tocou até a exaustão e praticamente todo mundo se cansou dela, menos você.

O meu caso é complexo, tem músicas que eu deveria odiar, mas acabo gostando por um motivo ou outro, e outras que eu poderia gostar, mas odeio pelo mesmo motivo do qual amo algumas.

Como eu disse, é complexo.

Por exemplo, eu gostei de Thinking Out Loud de Ed Sheeran, acho a letra um pouco idiota principalmente naquele trecho que ele canta ''continuarei cometendo os mesmos erros". Ora, por que diabos ela ficaria com você se você afirmou que vai cometer os mesmo erros de sempre? mas achei uma música legal, nada demais, nada de menos.

Porém, notei que a música tem uma certa semelhança com o estilo do cantor John Mayer, que EU ODEIO!

Eu não sei, eu só odeio ele, a voz dele me dá dor de cabeça, a tentativa dele de fazer uma música sexy (Your Body is a Wonderland) foi hilária. Se você é fã dele, tudo bem, tem amigos meus que gostam dele também, isso é só uma opinião minha.

Porém, quando alguém diz: "- a versão de Free Fallin' do John Mayer é muito melhor que a original do Tom Petty", eu fico muito irritado.

Deixando isso de lado, vamos as minhas escolhas de Guilty Pleasures.

Maybe - Brainstorm

Essa música é de uma banda de pop rock de muito sucesso na Letônia, também conhecida como Prata Vetra por lá, pelo resto do mundo eles são conhecidos pelo hit Maybe em 2001, eu acho essa música bem decente pra falar a verdade, ela está nessa lista por um linha especifica dessa faixa que diz: "Maybe my animals live in your zoo" que traduzindo ficaria "Talvez  meus animais vivam no seu zoológico".

Essa é uma das frases românticas mais ridículas que já ouvi, imagina você chegar na mina que você gosta e recitar "talvez meus bicho vivam no seu zoo, gata", é só piscar e ela "certamente" será sua.



Mandy - Barry Manilow

Eu conheci essa música pela série de TV Angel: o Caça Vampiros e o filme Mal Posso Esperar de 1998 (com Seth Green), e em ambos essa música foi usada como piada, afinal essa faixa é exageradamente romântica, e o Barry Manilow é não intencionalmente engraçado, mas ainda acho que é uma boa música.



More than Words - Extreme

O maior clássico das rodinhas de violão de todos os tempos, More than Words dispensa apresentações, e isso que é interessante, pois essa música não é ruim, mas ela foi tão tocada que ela é automaticamente ligada ao seu amigo chato que mal sabia tocar violão e resolveu tocar isso para impressionar algumas garotas.

Eu ainda gosto dela, é uma ótima música romântica, só foi tocada um trilhão vezes a mais do que deveria.


Love Bites - Def Leppard

Essa música é tão anos 80 que comecei a ver faixas de neon e meu cabelo virou um Mullet, eu acho ela fascinante, pois todos os clichês de músicas românticas estão aqui, os vocais finos, a guitarra com eco, a letra exagerada, essa música tem tudo, se você quiser estudar como se faz a fórmula desse tipo de música, esse é um dos maiores exemplos.


E tem aquela versão do Yahoo que é mais exagerada ainda.


 No Stranger to Love - Black Sabbath

A definição dessa música é tristeza, não só pela música em si, mas por saber que é isso que o Black Sabbath produziu depois que Ronnie James Dio saiu da banda.

Esse love metal zuado, que por alguma razão inexplicável eu gosto.

Perai, olha a cara de cachorro triste do Tommy Iommi nesse clipe, essa é a razão.


Waiting for a Girl Like You - Foreigner

Sabe, a maioria das pessoas conhece Foreigner pelas baladinhas (essa e I Wanna Know What Love Is?), eu geralmente associo eles a magnificência de música que "Urgent" é:

Eu AMO essa música, que delicia de saxofone, cara!

Por mais que eu quisesse falar de Urgent!, ela não é uma baladinha, então tive que escolher entre as duas clássicas baladinhas, eu não gosto de I Wanna Know What Love Is?, então escolhi Waiting  for a Girl Like You, que eu considero muito melhor.


Eu gosto mais dos vocais sóbrios dessa faixa do que o exagero de cueca melada que é  I Wanna Know What Love Is?

Mas na dúvida, ouça Urgent de novo.

Careless Whisper - George Michael

Também dispensa apresentações, você lembra de ter ouvido essa música em algum filme sem fazer parte de uma piada sobre sedução? Pois é, nem eu.

Provavelmente é esse saxofone que grita anos 80, ou ver o George Michael beijando uma mulher no clipe. Mas é uma música ruim? Não, a letra em si é bem diferente do que eu esperava, e é definitivamente bem memorável.



While my Guitar Gently Weeps - Santana

Na verdade, eu acho essa versão do clássico de George Harrison muito boa, mas todo mundo me disse que era ruim, e eu entendo o porquê de muitos desgostarem, Santana mudou muito o tom da original, essa versão é uma mistura de R&B com a típica guitarra do Santana, muito diferente do estilo da original.

Eu gosto de R&B e sou um grande fã do Santana, então gostei muito desse cover, realmente só está na lista porque muita gente odiou essa versão.



E a baladinha que tocará nos fins dos tempos e quando entrarmos nos portões do paraíso - I'd Anything for Love (But i Won't do That) - Meat Loaf

Eu amo tudo sobre essa música, são 7 minutos e 44 segundos da melação de cueca mais épica da história, essa música foi a grande volta do Meat Loaf e esse clipe foi o inicio da carreira do Michael Bay (diretor da franquia Transformers), tudo envolvendo essa faixa é fascinante.

A letra "eu faria tudo por amor, mas eu não farei isso!",  o que diabos seria o "Isso" é uma pergunta que vários cientistas especializados estão pesquisando até hoje. O clipe é incrível, o Meat Loaf com essa maquiagem de vampiro com trovejadas ao fundo, uma motocicleta andando pelo pôr do sol, o pianinho no inicio.


"Some days i just pray to the God of Sex and Drums and Rock and Roll"

Caiu uma lágrima aqui, não tenho mais nada a dizer, a música diz tudo. Eu estava até triste por passar mais um Dia dos Namorados sozinho, mas Meat Loaf me salvou.

Top 10 Músicas sobre Amor Favoritas do Autor.

Bem, eu passei dois artigos falando mal de músicas românticas, acho que é justo eu próprio dar uma lista de músicas sobre amor que eu gosto. E vocês podem me criticar a vontade, assim como eu fiz com as músicas acima.

Antes de começar, eu devo dizer a minha concepção do que amor é, amor é um sentimento extremamente complexo e difícil de definir (acho que é para todo mundo), eu mesmo me apaixonei por algumas mulheres pelos motivos pequenos, eu gostava de uma pelo jeito que ela via o mundo, eu gostava de outra pelo jeito que ela tratava os outros, e outras pelos mais diversos motivos.

E amor é um tiro no escuro, eu sei que ninguém tem a obrigação de gostar de alguém só porque a outra pessoa faz tudo para agrada-lá, a famosa Friendzone. Primeiramente, você não deveria tentar agradar uma pessoa em tudo, amor verdadeiro só chegaria se a pessoa gostasse de você pelo que você é, tanto pelas qualidades e principalmente pelos defeitos.

Amor é entendimento, não é sobre achar a melhor pessoa do mundo, é sobre achar a pessoa que faz sua vida melhor, e é um sentimento que pode durar pra sempre, ou não, tem várias coisas que eu adorava alguns anos atrás que hoje eu já não ligo mais, assim como pessoas que foram importantes e hoje não são mais.

Por isso eu diria que o amor têm várias facetas diferentes, até acredito que pode ser um sentimento diferente para cada pessoa, as músicas que escolhi no meu top 10 são bem diferentes uma das outras, isso porque elas refletem as diversas faces desse sentimento.

Sem mais delongas, até porque esse papo meloso está me deixando enjoado, tem açúcar saindo dos meus dedos, e não quero ficar diabético.

10º lugar: Wasting Love - Iron Maiden

Por um instante até pensei em colocar essa música nos Guilty Pleasures, afinal, uma banda de Heavy Metal lendária como o Iron Maiden se rendendo a moda da baladinha é algo muito mal visto pela galera Headbanger.

Porém, a verdade por trás de Wasting Love é muito mais complexa do que olhos vendados podem ver, notem que essa é a única música do Maiden com esse tipo de som e esse tipo de letra, a banda costuma escrever sobre lendas, fatos históricos ou contos, essa é a faixa mais identificável que eles já fizeram.

Diz a lenda que essa música foi escrita após Dickinson descobrir que sua mulher na época estava o traindo, e essa faixa certamente transparece o sentimento que Bruce devia estar sentindo, a agressividade e desespero da sonoridade e dos vocais, e isso algo feito por alguém que jamais havia tocado nesse assunto é algo bem interessante de ouvir.

Aceitar a própria vulnerabilidade e seguir em frente é o que faz você sair de situações difíceis como essa, é a humanidade o fator que diferencia essa baladinha das outras.


9º lugar: Standing Next to Me - The Last Shadow Puppets

Apesar de eu não gostar do álbum de onde essa faixa saiu, devo admitir que Standing Next to Me me fascinou quando a ouvi pela primeira vez, tanto pelo instrumental (que achei muito criativo), quanto pelo tom nostálgico, a faixa soa bastante como algo dos anos 60/70.

A letra não é nada de mais, eu só adoro a dinâmica dessa música, que é bem curta, mas que tem tudo que deveria ter, eu diria que é a parte aventureira do sentimento.


8º lugar: A Sorta Fairytale - Tori Amos

O que eu gosto nessa faixa é que ela soa como uma memória, Amos narra uma viagem marcante, e como o refrão diz: "como um bom livro, eu não pude esquecer daquele dia, um tipo de conto de fadas com você"



7º lugar:  Erase/ Rewind - The Cardigans

Essa eu não sei exatamente o porquê, mas eu acho que é pelo instrumental, essa batida e o violão tem uma sonoridade bem sexy, e a letra contribui do que eu falei antes, alguém que foi importante antes, pode não ser mais hoje, todos estaríamos constantemente mudando de ideia.



6º lugar: Weak and Powerless - A Perfect Circle

Weak and Powerless é certamente a música mais estranha da lista, pois muita gente a considera uma música sobre vício em drogas, quando na verdade o próprio vocalista afirmou ser sobre como é se sentir apaixonado.

No caso, essa música compara o amor a um vício, é a parte destrutiva desse sentimento, a que te deixa mais depressivo do que feliz, é claro que essa é a parte que você deveria evitar, mas é interessante ver uma música inspirada nisso.

Principalmente num caso de rejeição, você se sente "fraco e impotente" por que qualquer ação que você faça não vai mudar nada, e demora pra pessoa aceitar essa condição. Eu acho o videoclipe muito inteligente, com a mulher nua de cabelos brancos e gigantes jogando vários animais num buraco para serem devorados por um monte de insetos, é uma metáfora muito inteligente sobre vício, no momento que não havia mais nada para dar, ela própria sucumbiu ao buraco que ela criou, e a câmera mostrar apenas o céu e as árvores após ela cair foi genial, pois você vê uma cena bem calma sabendo que ela está sendo devorada horrivelmente ao mesmo tempo.


5º lugar: Dear Lover/ I'm in Love with a German Film Star - Foo Fighters

Quem acompanha meu blog (que deve ser eu mesmo e mais algum maluco por ai) sabe o quanto eu amo Foo Fighters, e sabem o quão estranho essa escolha é. Pois ambas as músicas nem fazem partes dos álbuns, mas sim dos B-Sides da banda, eu considero essas duas faixas as melhores música sobre amor da banda.

Dear Lover é a parte mais sóbria do amor, e I'm in Love with a German Film Star, que é um cover da banda de New Wave The Passions, é a parte mágica e surreal do amor, pra mim, esse cover captura a sensação de leveza que a paixão traz.



4º lugar: Kiss From a Rose - Seal

Pois é, falei bastante dessa música no primeiro artigo sobre Guilty Pleasures, e eu me pergunto se ainda posso considera-la como tal, pois eu realmente acho que essa música é muito boa.

Na verdade, por muito tempo, eu considerava essa música a melhor representação sonora de como o amor é, é uma droga poderosa, até um tanto épica na sua ambição, e se não fosse pelas canções abaixo, essa seria a melhor música sobre amor que já ouvi.


3º lugar: State of Love and Trust - Pearl Jam

 Por algum tempo, essa foi minha música favorita de todos os tempos, hoje não é mais, mas ainda tenho boas memórias dela. State of Love and Trust é bem mais energética que as outras canções que escolhi, isso porque eu acho ela a definição do amor cego, aquele que "não toma prisioneiros", dá tiro para todos os lados, geralmente esse é a primeiro estágio da contaminação, ver tudo que a outra pessoa faz como perfeito.

E a letra dá um contraste com o som, pois se trata de entender o que o amor e confiança realmente significam.


2º lugar: Accidentally in Love - Counting Crows

Sim, é a música tema do Shrek 2, e é a melhor representação do estágio inicial do amor: flores, arco-iris, borboletas e unicórnios.

Eu geralmente vomitaria ao pensar nisso, mas essa música certamente te deixa mais animado, é uma canção bem hiperativa, basta ouvir quantas vezes a palavra "love" é repetida. Principalmente quando a banda levanta a voz no trecho "Just get yourself inside her looooooove!!!!" no final da música.


1º lugar: Make it Wit Chu - Queens of the Stone Age

Ai está, minha música romântica favorita de todas que ouvi, e têm vários motivos pra isso.

Primeiro, a sonoridade é perfeita, é uma dinâmica que respira paixão e sexo, os vocais sóbrios de Josh Homme combinados ao backing vocal da banda fazendo o "I Wanna Make with You" fazem uma música descolada e descontraída.

Segundo, a letra mostra o amor como algo um tanto imaturo, em trechos como "Sometimes the same is different, but mostly it's the same, These mysteries of life, that just ain't my thing". E essa é uma visão bem real do sentimento, quem diabos liga para os mistérios da vida quando você está apaixonado? tudo já parece fazer sentido.

e Terceiro, esse fuckin' solo de guitarra já devia ser razão suficiente para vocês entenderem.

"Again and Again and Again and Again and Again"









terça-feira, 9 de junho de 2015

Rumo à Surdez: Discografias Comentadas.
Banda da vez: Florence + The Machine



Eu não ficaria surpreso ao ver seu estranhamento ao ler a banda que escolhi (há não ser que você seja um fã). Pois é, eu também teria esse estranhamento há algum tempo atrás, mas eu tenho uma razão para tê-la escolhida.

A primeira vez que vi Florence and The Machine foi no Rock in Rio 2013, se não me engano, e minha primeira impressão foi:

- Que diabos de merda Hippie é essa?

E eu mantive essa impressão por muito tempo, até que vi o trailer da quarta temporada de Game of Thrones, e uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a música escolhida, o nome dessa 
música é Feral Love da cantora Chelsea Wolfe (que ganhará seu próprio rumo à surdez um dia).


Eu me interessei muito pelo estilo sombrio da faixa, e fui ler os comentários para ver se alguém recomendava uma música semelhante. Até que li um comentário dizendo: “ótima escolha, mas a música do trailer da segunda temporada ainda é a melhor”. Como tenho muito tempo livre, resolvi procurar qual música tocava no trailer da segunda temporada, então me deparei com Seven Devils de Florence and The Machine, e novamente minha primeira impressão voltou, mas fui escutar assim mesmo.

E como eu estava errado.

Seven Devils me sugou num buraco negro musical, ela é assustadora, bonita e épica ao mesmo tempo, eu ouvi umas dez vezes seguidas sem parar. Então fui dar uma segunda chance a banda e ouvir os álbuns.

Vale dizer que comecei a escrever essa postagem em novembro de 2014, mas decidi manter na gaveta até o lançamento do novo álbum agora em junho de 2015.

Primeiro, uma resumida da banda.

Florence and The Machine é uma banda inglesa formada por Florence Welsh e Isabella Summers com outros diversos artistas (são muitos para serem citados), a banda teve maior reconhecimento com o BBC Introducing, um selo destinado a novas promessas do cenário musical britânico.

Definir o estilo do conjunto é bem difícil, sendo que o som é bem eclético, eu diria que pode ser definido como indie, art, baroque, folk, soul, rock e pop, depende da faixa também, elas geralmente são bem distintas uma das outras, e esse é um dos fatores que eu amo nessa banda.

Você não fica meio irritado ao ouvir um álbum ao notar que todas as músicas são variações de uma só (geralmente a primeira)? Pois eu fico, mas com uma banda como essa, se eu não gostar de uma faixa, eu posso adorar outra que está no mesmo álbum.

E sem mais delongas, vamos aos trabalhos:

Lungs
Data de Lançamento: 06/07/2009
Duração: 46:15 mins.

 Essa capa ajuda muito na minha primeira impressão.

Lungs foi um grande debut em 2009, que foi um ano muito bom musicalmente falando, tivemos Humbug do Arctic Monkeys, Resistance do Muse e a volta do Alice in Chains no ótimo Black Gives Way to Blue, tudo bem que tivemos o nascimento do anticristo musical Justin Bieber na música pop, mas vamos esquecer disso. O álbum recebeu ótimas resenhas dos críticos e vendeu mais de três milhões de cópias (o que é alto hoje em dia, com a internet e downloads gratuitos por ai).

O disco começa com Dog Days are Over, a favoritinha do público, tanto que quando passou na Mtv, as vendas no Billboard 200 passaram do número 44 para 14. E pra ser sincero, eu não gosto dessa música, eu entendo porque tantos a amam, ela é uma canção hiper feliz e que marca a realização de muitas pessoas (dá pra saber pelo titulo). Eu não gosto muito do jeito que ela soa, essa sim me parece a mega indie hippie faixa do álbum, mas é possível notar algumas coisas sobre a banda ao ouvi-la: os vocais de Florence são ótimos e o uso de instrumentos não convencionais, como a harpa.


Rabbit Heart (Raise it Up) por outro lado, é uma das minhas favoritas, com uma letra meio estranha (ela está falando de sacrificar animais?), mas um refrão poderoso e mostrando o poder vocal de Florence, pra mim ela é onde realmente o álbum começa a ficar interessante e diferente de outras bandas que ouvimos hoje em dia.


I’m Not Calling You Liar é uma música mais calma que sua antecessora, a letra é mais simples e ela soa muito mais indie, mas ainda é uma faixa muito boa.

Howl é uma música poderosa, novamente com um vocal fantástico e um ótimo uso de violinos, também um dos pontos fortes do álbum.

Kiss With a Fist foi o primeiro single e foi usado em milhares de filmes e séries aquele ano, é uma música bem divertida e chiclete, apesar de uma letra um tanto polêmica (Lei Maria da Penha foi a primeira coisa que veio a minha cabeça ao ver esse titulo)

Girl With One Eye também tem uma letra sugestiva (foi a única música escrita por apenas pelos rapazes da banda), em minha visão sobre ela, essa música fala sobre um serial killer e um cadáver de uma mulher que ele matou (minha interpretação, não vai sair por ai dizendo que é isso mesmo). Pois é, seja lá qual for o significado, é bem sombrio. A parte vocal e instrumental: ótimas como sempre.

Drumming Song está no time refrão poderoso +  parte instrumental fantástica, o refrão é sem dúvidas um dos melhores que já ouvi nos últimos anos “Louder than sirens,Louder than bells, Sweeter then heaven and Harder then hell” e os sons das batidas fazem isso tudo mais épico.


Between Two Lungs é uma música bem bonita e calmante, mas fica na sombra de Drumming e da próxima música. Então ela acaba não sendo tão memorável assim.

A primeira vez que ouvi Cosmic Love, achei a melhor faixa do álbum de longe, mas atualmente ela não me agrada tanto assim. Ela não tem defeitos, é só que eu ouvi ela milhares de vezes. Eu diria que o que faz essa música especial são aquelas quatro batidas, se você ouviu você sabe quais eu estou falando.  E a conclusão: perfeita, uma das melhores conclusões que já ouvi, com a harpa e som de fogos de artificio.


O interessante de My Boy Builds Coffins é sua letra, pra mim ela está falando sobre a morte como a única unificadora do mundo, ela é a única verdade sobre a vida e não importa sua cor, riqueza, sangue, crenças ou ideais, a morte é a única coisa que prova que somos todos iguais. Melhor Trecho:

“My boy builds coffins for the rich and the poor
Kings and queens have all knocked on his door
Beggars and liars, gypsies and thieves
They all come to him 'cause he's so eager to please

My boy builds coffins he makes them all day
But it's not just for work and it isn't for play
He's made one for himself
One for me too
One of these days he'll make one for you”




Hurricane Drunk é a letra mais comum do disco, então o significado dela é bem óbvio, o refrão é bem decente e memorável, mas ela perde alguns pontos por ser normal demais.

Blinding é a última música épica do trabalho, não é tão boa quanto às outras faixas épicas do álbum, mas não decepciona.

You Got The Love é um cover de The Source, uma banda de New Wave. Eu odeio a original, já digo agora, aquela batida eletrônica é extremamente irritante, então eu diria que esse é um dos poucos covers que são melhores que a original. Com um som bem Indie rock e ótimos vocais, You Got The Love é uma das favoritas dos fãs, e sinceramente, acho que já podem incorporar essa música apenas a Florence.


Comentando rapidamente as músicas extras da versão Deluxe: Bird Song me lembra bastante Between Two Lungs, é uma boa música, mas não acrescenta muito ao álbum, Falling é bem chatinha e monótona, Hardest of Hearts não me empolgou muito, é uma música que parece ter potencial, mas é a mesma coisa do inicio ao fim, Heavy in Your Arms (da trilha de ugh! Eclipse da Saga Crepúsculo, é uma música muito boa, mas que perde um pouco da seriedade tentando fazer Crepúsculo parecer algo épico).

Pontos Altos: O álbum inteiro é ótimo, têm algumas músicas que eu pessoalmente não gosto, então ao criticar o álbum como um todo, acho que ele não tem pontos fracos definitivos.

Pontos Fracos: Pra mim, Dog Days are Over.

Nota Final: 10/10

Ceremonials
Data de Lançamento: 31/10/2011
Duração: 55:58 mins.



Ceremonials foi um álbum bem mais pop e fez muito mais sucesso, tanto que alcançou 1º lugar na UK Album Charts e em sexto na Billboard 200, e foi indicado a dois Grammys por Shake it Out. 

Only if for a Night é uma boa canção pop, mas nada de especial, ela começa a ficar mais animada depois de 3 minutos e não chamou minha atenção até a terceira vez que ouvi.

Shake it Out é a musica mais reminiscente de Lungs , ela tem vocais fortes em um ótimo refrão, uma letra sobre superação (assim como boa parte de Lungs), um dos maiores singles do álbum e uma das mais famosas da banda, vi até minha mãe cantarolando essa já. Eu gosto mais dessa de que Dog Days are Over, se a mensagem é igual, o som ao menos é bem melhor.


What the Water Gave Me é uma das melhores da banda, instrumentalmente perfeita, com uso da harpa e da guitarra, foi o primeiro single do álbum e foi muito bem recebida pela critica. O tema de vida e morte são bem recorrentes no trabalho de Florence, nesse caso, a água é como a vida, e realmente boa parte de nossos corpos são formados por água. Nossas vidas são frágeis, a água pode lhe salvar num deserto, e te matar em um oceano.


Never Let me Go, apesar de um refrão bem memorável, não me agrada muito. Eu realmente não gosto de Breaking Down, ela me parece bem genérica e entediante em comparação com as outras faixas. Lover to Lover é boa, uma das mais animadas do trabalho.

No Light, No Light é bem famosa, a letra não tem nada demais, mas o refrão é muito bom e é uma música bem poderosa.


Agora sim, Seven Devils é uma das minhas músicas favoritas da vida, ouvir isso a meia noite a primeira vez foi bem assustador, mas também foi fascinante. O começo com o piano, junto com os vocais fantasmagóricos de Florence e a batida no fundo faz essa ser a música perfeita se você está prestes a ser executado (isso foi bem mórbido).

O refrão é fantástico, com um vocal de Florence combinado ao coral, faz tudo ser muito mais épico, a letra é assustadora, mas com muito significado. O primeiro pensamento com essa música é sobre os sete pecados capitais, todos temos demônios em nossas cabeças, podemos lutar contra esses demônios ou ser controlados por eles.

Também pode ser considerado uma vingança de proporções gigantescas, em diversos trechos como “ And no rivers, and no lakes, Can put the fire out, I’m gonna raise the stakes, I’m gonna smoke you out” e “What has been done,Can’t be undone, In the evil’s heart, In the evil’s soul”. Isso parece letra de heavy metal, para uma banda de som indie, isso é muito a dizer. Seven Devil tem vários significados, e eu amo musicas com diferentes interpretações .

Junto com o próprio tema da série, considero Seven Devils a melhor música associada ao mundo de As Crônicas de Gelo e Fogo, e vendo varias montagens na internet, dá pra ver que a série e essa música caem como uma luva.


Heartlines mantém o nível épico, com um refrão incrível e uma batida contagiante.


Spectrum foi a primeira música da banda que lembro de ter ouvido, apesar de meu preconceito com o estilo da banda, eu tinha admitido que o refrão era muito bom, minha opinião meio que se manteve (exceto a parte do preconceito), o refrão é muito bom, mas o resto da música não me impressiona muito, e acho desnecessariamente longo cinco minutos de "Say My Name!!", e ninguém dizendo "Heisenberg" e "You Goddamn Right!!" depois.


Só consigo imaginar Walter White fazendo balé ao ouvir essa música

All This and Heaven Too é uma boa música romântica, e Leave my Body é semi-épica, é boa mas poderia ser melhor, e acho que não foi uma boa conclusão, sempre achei que um álbum devia deixar o melhor para o final, se terminasse com Seven Devils, seria muito épico.

Menção rápida as faixas extras da versão Deluxe: Remain Nameless é uma música bem eletrônica, eu não gostei muito, achei meio genérica, ainda mais vindo de alguém como a Florence; Strangeness and Charm é muito boa, até me pergunto por que tiraram do produto final, é memorável e divertida; e Bedroom Hymns soa bem estranha, com uma letra misturando religião(cristianismo) com... bem... sexo, é bem polêmico, mas é uma ótima música pelo quanto diferente ela é.


Em suma, Ceremonials é um ótimo álbum, é surpreendentemente diferente de Lungs, é mais pop, mas também é muito mais sombrio, algumas faixas mais fracas o impedem de ser melhor que o álbum anterior, mas ainda é um trabalho poderoso e melhor que a maioria da música pop atual.

Pontos Altos: Seven Devils, Shake it Out, Lover to Lover, Heartlines.

Pontos Fracos: Breaking Down.

Nota Final: 9,5/10

Vale mencionar três músicas que foram lançadas no intervalo de tempo entre Ceremonials e o último álbum, são essas:

Breath of Life é tão boa que sozinha é melhor que o filme em que faz parte da trilha sonora(Branca de Neve e o Caçador), e o maior diferencial é saber que a letra ao invés de se inspirar no óbvio (nos heróis da trama), a música se inspira na vilã do filme, mostrando muita humanidade em alguém que pretende fazer algo grande, mas terrível ao mesmo tempo, é só ver no trecho:

"I was looking for a breath of life, a little touch of heavenly light, but all the choirs in my head sang no oh oh oh"

Isso na minha visão, é sobre alguém planejando algo, com sua consciência tentando falar mais alto, mas morrendo pelo desejo que foi mais forte. Outro trecho que evidencia isso é:

"And my heart is a hollow plain, for the devil to dance again"

Eu não sei vocês, mas alguém dizendo que "seu coração é um lugar vazio, para o diabo dançar novamente", não me parece ter boas intenções.

E pra mim é isso que faz essa música tão boa, ela te coloca na pele de um vilão/vilã, e te faz sentir ótimo com isso, é uma música poderosa e assustadora, assim como os melhores vilões.


Ela fez participação com o DJ Calvin Harris na canção Sweet Nothing, e eu só gosto dessa música por causa dela mesmo, pois eu jamais ouviria Calvin Harris em sã consciência, mas okay moça, você faz essas participações nada a ver, e eu tenho que ouvir.


Over the Love faz parte da trilha sonora daquele sonífero chamado O Grande Gatsby de 2013, aquele com Leonardo diCaprio fazendo o papel de Leonardo DiCaprio, é uma ótima música romântica,a voz de Florence realmente soa apaixonada, que é o que eu gosto numa música romântica, emoção real e devoção com a letra e vocais.


How Big, How Blue, How Beautiful
Data de Lançamento: 01/06/2015
Duração: 48:46 mins.



Após longos quatro anos, o terceiro álbum foi lançado no dia 1 de Junho desse ano (2015), a produção foi um tanto complicada, Florence passou por um hiato de 12 meses e disse ter passado por alguns problemas emocionais, que inspiraram muito a composição deste novo disco, sendo considerado por ela "o trabalho mais pessoal que já fiz".

Essa resenha será bem mais rápida, e eu talvez revisite esse álbum depois, pois tive muito tempo para analisar a fundo os dois discos anteriores, enquanto esse eu tive uns dez dias para analisar ao todo, eu tenho uma ideia bastante simples do que essas letras realmente significam, então eu posso revisar o trabalho novamente após algum tempo, e colocando num Resenhas Aleatórias futuro.

O álbum começa com Ship to Wreck, a letra fala bastante desse período de tempo mencionado acima (Did i build this ship to wreck?). Um dos temas recorrentes de Ceremonials era a morte, e nesse álbum é a vida, então a grande maioria das músicas são mais animadas, o que me faz lembrar muito mais de Lungs do que o álbum anterior. Certamente é uma ótima introdução ao tom desse trabalho.


What Kind of Man começa estranha, com um vocal distorcido, que gradualmente cresce e evolui para um refrão muito bom e memorável e uma parte instrumental muito interessante, é uma das músicas mais agitadas do trabalho e provavelmente vai ser a mais reconhecida pelo público. Só não gostei do videoclipe com um monte de caras tocando a Florence (e o fato que nenhum desses caras sou eu).


Só fazendo um adendo totalmente desnecessário e que você pode (deve) pular: Eu não acho a Florence especialmente bonita, acho que ela tem o corpo de uma mulher de 20 e poucos anos e tem cara de uma tia de 40 anos, mas mesmo assim, eu sou muito mais atraído por talento do que beleza (não que eu dispense um pouco de beleza), e ela certamente providencia bastante no departamento de talento, além do mais, ela me assusta um pouco, que é algo que eu tenho uma estranha atração.

How Big, How Blue, How Beautiful é muito reminiscente de Lungs, com uma letra bem mistica e uma parte instrumental fascinante fazendo dessa a faixa mais épica ( ainda que muito calma) do álbum.

Queen of Peace é atualmente minha favorita do disco, talvez minha música favorita do ano até esse ponto, Welch tem um talento natural para fazer refrões, e este é o melhor do trabalho, eu notei muito o uso de trombetas (ou trompetes, sei lá) nesse disco, e apesar de parecer uma escolha estranha de instrumento, funciona perfeitamente aqui.

[ATUALIZADO] A banda finalmente lançou Queen of Peace oficialmente no You Tube, que você pode escutar nesse videoclipe conceitual que eu jamais irei assistir de novo (exceto pela nudez da Florence em certo ponto).


Various Storms and Saints é uma peça mais calma e sóbria, com um trabalho de guitarra bem interessante, a letra sobre superação é o melhor trabalho lírico do álbum, e se tornou minha segunda música favorita do disco,

Delilah é bem energética e divertida, também destinada a ser um dos sucessos desse disco.


Long & Lost é uma música estranhamente tímida, os backing vocals de Isabella Summers são um dos melhores fatores dessa faixa, mas não é tão memorável quanto o resto do trabalho.

Eu não gostei muito de Caught, não é uma música ruim de forma alguma, mas me soou muito normal, algo que qualquer outra artista poderia cantar e passar despercebida. Sobre Third Eye, esse "an original lifeline woah up whoah up" me pareceu muito comum, não faz muito o meu estilo, mas não posso dizer que é uma música ruim, o estranho é que eu justamente desgosto do refrão, e acho o resto da música bem legal.


St Jude não é uma faixa que eu especialmente goste, mas acho interessante notar que religião é um dos temas deste trabalho, não tem absolutamente nada a ver com música gospel antes que alguém se pergunte, ainda mais que eu sempre pensei que Florence fosse uma bruxa, é por isso que eu gosto dela inclusive, ela tem uma presença mistica muito forte, mas deixa pra lá, só estou divagando.


Mother termina muito bem o disco, com uma mistura dos tons desse trabalho, a faixa é calma, logo depois se torna agitada, tem um tema um tanto religioso, e com um trabalho instrumental muito bom, é uma boa conclusão.


Algumas faixas extras da versão Deluxe: primeiro temos Hiding, que foi um pecado terem tirado do produto final, é certamente a melhor música pop do trabalho. Make Up Your Mind também é uma ótima faixa que você só vai escutar se gastar um dinheiro a mais ou baixar da internet como eu sei que a maioria vai fazer, eu inclusi...quer dizer, obvio que eu gastei os olhos da cara pra ouvir três músicas a mais, nem sei que parada é essa de pirataria. E por último Which Witch que também é uma ótima música que você não vai poder ouvir, e que prova de vez minha teoria que Florence é de fato uma bruxa.

Em resumo, o que eu sinto por esse álbum é o mesmo que sinto por Humbug do Arctic Monkeys, se tivessem trocado algumas músicas do álbum pelas músicas extras (Caught por Hiding e Long & Lost por Make up Your Mind), esse talvez seria o meu favorito da banda, mas como isso não ocorreu, vai perder alguns pontos.


Apesar de How Big, How Blue, How Beautiful não ter tantas músicas épicas e memoráveis quanto Ceremonials e Lungs, é um disco com charme e identidade própria, é meu favorito do ano até esse ponto, e vendo os lançamentos que vem por ai, eu duvido muito que eu vá mudar de ideia até o final do ano.

Nota: 9/10

Se bem que:


Tem outra bruxa vindo por ai.

Alias, meu quarto acabou de ficar mais escuro do nada enquanto ouvia essa música.


Até a próxima!