sábado, 24 de janeiro de 2015

Meus Filmes Favoritos de 2014.

Só deixando aqui um artigo curto e rápido, 2014 foi um bom ano para o cinema no geral, teve vários filmes ruins também, a lista contem apenas os filmes que eu assisti, então se tem algum que você gostou e não está na lista, é porque eu não vi ou vi e não gostei.

Os filmes não tem ordem de preferencia (na verdade tem sim, mas não quero fazer um top algum número). Então vamos aos filmes:

Guardiões da Galáxia




Poucos acreditavam no estrondoso sucesso que Guardiões da Galáxia acabou por fazer. Pense bem, é um filme sobre um bando de desconhecidos que parecem mais uma paródia de super-herois do que uma importante adição no universo Marvel dos cinemas, com um guaxinim falante de trabuco e uma árvore que anda e dá porrada, com um diretor do qual o único filme conhecido foi fuckin' Seres Rastejantes em 2006 (uma homenagem aos filmes trash).

             Lembram desse clássico? Pois é, do mesmo diretor de Guardiões da Galáxia.

E mesmo assim a Marvel mostrou sua superioridade (chupa DC!!) e nos deu um dos filmes mais divertidos dos últimos anos (junto com Vingadores), alguns até o nomearam o "Star Wars" dessa geração, ok, essa ultima é bem exagerada, Star Wars inspira filmes até hoje e provavelmente vai inspirar pra sempre.

Agora qualquer coisa que a Marvel fizer, nós vamos estar na fila para assistir.

Homem-Formiga é um exemplo, parece ridículo, mas estarei no cinema quando estrear.

Apesar da mesma empresa nos ter dado um filme um pouco superior alguns meses antes.




Capitão América: O Soldado Invernal



Eu fui um dos poucos que genuinamente gostou do primeiro Capitão América, foi um bom filme de aventura que me lembrou a época da Sessão da Tarde, mas por alguma razão muita gente não gostou ou simplesmente o achou fraco.

Então poucos esperavam que o próximo fosse mais do que "legalzin", e queimaram a língua bonito (assim como queimaram com Guardiões) e eu que já esperava algo bom sai totalmente satisfeito. O filme tem o melhor roteiro da Marvel até agora, com uma história interessante lembrando thrillers de espionagem dos anos 70, e a ação é grandiosa, sem aquelas firulas ridículas de câmera tremida para "dar realismo" a cena. As cenas de ação são maravilhosamente coreografadas, fazendo deste um dos melhores filmes de ação do ano.



Planeta dos Macacos: O Confronto


                                                    César, a versão símia do Kratos.


O primeiro filme foi uma grande surpresa em 2011, poucos acreditavam no seu potencial, e acabou se tornando um dos melhores filmes de 2011, então expectativas para a sequencia eram grandes, e Planeta dos Macacos: O Confronto consegue ser melhor ainda do que seu antecessor.

Imagina o quão difícil é fazer um filme sem diálogos por boa parte do filme? só mostrando toda a emoção e tensão a partir de movimentos faciais de um maluco imitando um macaco, isso soa ridículo, e ainda assim consegue ser um ótimo filme de suspense, com metáforas sociais e politicas sérias num filme onde os protagonistas são MACACOS.

Esse filme merece algum Oscar, não importa qual, o que eles fizeram é inacreditável.



X-Men: Dias de um Futuro Esquecido


A série X-Men nos cinemas teve vários acertos e erros, após dois filmes legais (X-1 e X-2), um filme decepcionante (X-3), um filme horroroso(Wolverine:Origins), um legalzin(Primeira Classe) e um fraco(Wolverine Imortal). Dias de um Futuro Esquecido para mim foi o melhor filme da série, teve boa ação, uma cena incrível com o Mercúrio, e os personagens tiveram um bom drama que faz você realmente se importar com eles, mesmo sendo um filme de super-heróis. Eu estava um pouco cansado de ver o Wolverine como principal pra lá e pra cá, e de inicio parece que novamente teremos isso, mas ao chegar no meio, o ator James Mcvoy (o Dr. Xavier jovem) rouba o filme em uma atuação bem emocional e bem inesperada.



No Limite do Amanhã




As loucuras da cientologia danificaram a vida pública de Tom Cruise, isso fez a maioria do público ficar desinteressada nele, o que é uma pena, pois No Limite de Amanhã é um dos melhores filmes de ação do ano, e um dos melhores do ator.

A história do filme é basicamente Feitiço do Tempo + Guerra dos Mundos, um covarde publicitário de guerra é mandado para a batalha contra uma raça alienígena que consegue voltar no tempo, ele ganha o mesmo poder e o usa para ganhar a guerra. Este é um personagem bem diferente do usual que Tom Cruise faz, geralmente Cruise faz o profissional fodão em todo filme, mas neste ele é apenas um covarde que não sabe nada, e com o poder de resetar o dia, ele começa a aprender a lutar. Também tem Emily Blunt fazendo o papel de fodona da guerra (algo em que ela está se especializando).

No Limite do Amanhã foi um fracasso de bilheteria, mas ganhou muitos fãs e está vendendo muitos Blu-Rays por ai.



The Raid 2: Berandal




Vai sonhando que eu vou colocar o nome brasileiro do filme, Operação:Invasão 2 é um nome idiota, então prefiro ficar com The Raid 2 mesmo.

O primeiro The Raid foi o melhor filme de artes marciais a muito tempo, apesar da história não ter sido nenhum primor, sendo uma mistura de cinema extremo oriental(o filme é brutal), Tropa de Elite (foi uma das inspirações da história) e Kung Fu.

Este segundo filme tem uma história melhor (sendo meio que um thriller de máfia), cenas de ação melhores ainda, e pelo menos umas cinco vezes mais brutal que o primeiro, fazendo-o provavelmente o filme de ação mais violento que já vi. É sério, a quantidade de sangue e entranhas nesse filme é de dar inveja a Jogos Mortais.

                       

                             Assista esse clipe se ainda não estiver convencido.

Snowpiercer




Também me recuso a colocar Expresso do Amanhã como titulo, este nome o faz parecer bem genérico.

Snowpiercer também tem raízes orientais, o diretor do filme é coreano, mas o elenco é americano e bem conhecido. O personagem principal é interpretado por Chris Evans (o Capitão América), que vive num trem que percorre eternamente por um cenário desolado e congelado no futuro. Dentro desse trem existem classes sociais bem distintas, os trabalhadores no ultimo vagão vivem miseravelmente, enquanto os ricos dos primeiros vagões vivem em excesso. Um revolta acontece e todo o resto é spoiler daqui pra frente.

O filme tem uma vibe estranha, pela visão do diretor que foge bastante do estilo hollywoodiano, o que incomodou algum publico, que estava mais acomodado com o usual, e essa estranheza fez o filme ganhar cortes na sua versão americana. O que foi completamente desrespeitoso com toda equipe de produção do filme, principalmente com o diretor e com Chris Evans, uma das cenas que fora cortada contem o que é definitivamente a melhor atuação da carreira dele.


Garota Exemplar




Se tivesse que escolher um dos filmes listados como o meu favorito do ano, seria Garota Exemplar. Sou um grande fã do diretor David Fincher (diretor de Seven, Clube da Luta e Os Homens que não Amavam as Mulheres), mas quando vi o trailer para esse filme, a história não me interessou muito, então não vi nos cinemas, e me sinto infeliz de não ter feito.

Se tem algo que esse filme adora fazer, é brincar com todas as suas expectativas.

Ele começa parecendo algo, se transforma em outra, e termina completamente diferente, é como se você presenciasse várias camadas indo cada vez mais profundamente na verdade, e as coisas vão ficando mais feias e escuras até chegar num ápice que me deixou 10 minutos boquiaberto (você saberá quando assistir).

É a melhor atuação de Ben Affleck, a melhor atuação da atriz Rosamund Pike, da qual eu estou na torcida do Oscar para melhor atriz (ela foi indicada), a trilha sonora é fantástica, com um som relaxante, mas que invocam o sentimento de mistério e estranheza, pelos talentosos Trent Reznor (da banda Nine Inch Nails) e Atticus Ross.


O filme é uma aula de narrativa e suspense que fariam Hitchcock ficar orgulhoso, não é o melhor filme de Fincher(essa honra ficaria com Clube da Luta), mas agora definitivamente está no top 3 do diretor.

E para as pessoas que reclamaram do final, vocês estão loucos? o filme inteiro pertence aquela tal personagem do qual não vou citar o nome para não dar spoiler, o final foi mais do que digno, era impossível dar um final Hollywoodiano típico para esse filme sem parecer forçado.



Interestelar


Já disse muito sobre o penso de Interestelar no meu artigo sobre o trabalho de Christopher Nolan, o filme têm varias falhas, mas ainda é um bom filme que merece ser visto e até apreciado pela sua ambição.

Foi uma bela experiência assisti-lo no cinema, com lindas imagens e uma trilha sonora incrível, apesar de eu eventualmente olhar meio torto para algumas coisas do roteiro.



Como Treinar Seu Dragão 2



O primeiro filme foi uma grata surpresa em 2010, porque vamos ser sinceros, nunca esperamos mais do que um filme "legalzin" da Dreamworks Animation, e Como Treinar o Seu Dragão foi muito mais do que isso, foi um filme divertido, emocionante e diferente. e tem as melhores sequencias de voo da história do cinema.

O segundo felizmente mantem essa qualidade, agora com uma profundidade maior na mitologia dos dragões, os personagens estão mais velhos e portanto, o filme é mais adulto que o primeiro.

E isso nos leva a cena mais importante desse longa (a certa morte de alguém), muitos não gostaram disso e acharam que foi algo muito forte para as crianças, para mim essa cena é o motivo do filme estar na lista, mostrando maturidade na história. Isso é uma questão interessante, deveríamos esconder os fatos feios para nossas crianças? que todo mundo morre? que nem sempre os boas pessoas ganham? que o Papai Noel e o Coelho da Páscoa são uma mentira?

Eu deixo essa para vocês responderem.


Uma Aventura Lego



O que mais me chamou atenção no filme não foi nem o seu humor (que é muito bom), mas sim o modo como ele critica a superficialidade de hoje em dia no entretenimento. O mundo onde Emmet (o personagem principal) vive não é nada diferente do nosso, onde vários executivos presam pela repetição. A mesma música toca todos os dias, a mesma piada, o mesmo trabalho, as pessoas parecem ser todas iguais.

Isso porque as grandes industrias tem medo de arriscar algo novo quando já tem algo velho e funcional, mas tudo que é repetido demais fica saturado, até a felicidade se não for temperada com um pouco de tristeza algumas vezes se torna entediante.

E todo esse pensamento vindo de um filme infantil, é claro que parece hipócrita uma empresa gigantesca como a Lego criticar o capitalismo de certa forma, mas toda essa reflexão vem do roteiro e da direção.

E a Lego é um bom produto, que reforça a imaginação das crianças que brincam com suas peças.

Apesar de ser caríssimo.



Outros filmes legais, mas nem tanto:


Anjos da Lei 2.



O primeiro também foi uma grande surpresa, ninguém esperava que fosse uma das melhores comédias de 2012. Este também é bem engraçado, mas na minha opinião não foi tanto quanto o primeiro (esse não teve o fator surpresa), o filme brinca bastante com a ideia de sequencias idiotas e absurdas que Hollywood nos joga a cada ano (destaque para os créditos finais, mostrando as possíveis sequencias desse filme, entre elas Anjos da Lei no Espaço).

                                      Eu veria isso no cinema sem nenhum problema.

O Protetor.



Não tem nada de novo no roteiro de O Protetor, você já viu esse filme uma dúzia de vezes só que com outro nome, mas o filme ganha pontos por duas coisas, Denzel Washington é fodapacaralho, e a violência do filme é de virar os olhos (mas ao mesmo tempo é bem satisfatória). Destaque para as lindas e simpáticas cenas onde ele enforca um bandido com arame farpado e outra logo depois onde ele fura a cabeça de um com uma furadeira.

Tudo isso ao som dessa música épica:


O Espelho.



Assim como O Protetor, O Espelho não tem nada de novo, é a mesma história de assombração que já vimos varias vezes, o que diferencia ele do resto é o modo que a história é contada, alternando entre passado e presente para contar a história de uma família atormentada por um espelho amaldiçoado que tem o poder de alterar a realidade.

Contando com boas atuações de todos os envolvidos, uma edição fantástica, e algumas cenas bem assustadoras. Só não entrou na lista de melhores por não oferecer nada de novo, se você é um verdadeiro fã de terror, provavelmente vai prever o que vai acontecer no final em 20 minutos de filme (como eu fiz).

The Babadook



Esse filme de terror australiano não foi oficialmente lançado no Brasil, então tive que assisti-lo por métodos alternativos com o site do Jack Sparrow e Barba Negra, as criticas para esse filme foram muito altas, tendo 100% de aprovação no Rotten Tomatoes por um tempo. Porém, enquanto os críticos amaram o filme, dizendo que o filme era assustador e profundo, o público teve opiniões variadas, alguns acharam chato e nem um pouco assustador, outros acharam um bom drama, mas um péssimo terror.

Eu sigo mais a critica, mas não no mesmo nível de apreço, The Babadook é um ótimo filme, ele presa mais pela sugestão do que por sustos baratos que dão medo na hora mas nunca mais serão efetivos depois de assistir de novo, algo que estamos acostumados hoje (estou olhando para você Annabelle), tendo uma cena particularmente perturbadora com um livro infantil. As atuações são incríveis, a criança do filme faz um bom papel, sendo extremamente irritante no inicio mas acaba sendo simpatizante próximo ao final, e a atriz Essie Davis como a mãe tem uma atuação digna de Oscar, interpretando uma personagem que ao mesmo tempo que tenta se manter sã, é atormentada por traumas e o tal monstro do filme.

Mas não é o melhor filme de terror em anos como muitos críticos o chamaram, talvez desse ano sim, está longe de ser tão bom e memorável assim.

E esse filme levanta outra questão interessante nos dias de hoje, o que é terror? levar sustos de um fantasma na tela grande e se divertir com os amigos no cinema? ou ficar olhando para a escuridão com duvidas e medo de que algo esteja olhando de volta?

Eu não tenho nada contra sustos desde que eles sejam bem executados, mas não é possível ser assustador apenas dando sustos nas pessoas, é preciso dar um sentimento de perigo, uma sensação de desconforto, algo que te mantenha alerta o tempo todo, mesmo quando nada esteja acontecendo.

E o especial do mês de fevereiro é exatamente o mestre nesse tipo de sentimento.




sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Chutando a colmeia da intolerância.



Vamos agora falar sobre a maior tragédia do ano (até agora pelo menos), sim, exatamente esse assunto que deixou muitos chocados: A saída da Nintendo no Brasil, maldita seja Dilma e seus impostos, nos impedindo de jogar Mario e outras séries clássicas, devem lembrar que não existe emulador de 3DS, então agora nossa alegria já era.

Teve outra coisa também, acho que teve alguma coisa a ver com terrorismo.

O que? Não me diga que está ofendido, os caras morreram por humor, acho muito justo manter essa característica por perto.

2015 já começou nessas, chegou dia 7 de janeiro e já tivemos o primeiro grande acontecimento trágico do ano, o massacre do Charlie Hebdo, onde dois homens armados chegaram atirando nos escritórios da revista semanal satírica Charlie Hebdo, matando 12 pessoas e deixando cinco gravemente feridas, o motivo por trás foram as controversas charges sobre o Islamismo, os dois terroristas tinham associação com o Al-Qaeda, eles ficaram ofendidos com as charges e decidiram que a melhor forma de resolver isso era matar todos os envolvidos.

Obviamente, o terror cresceu na França, outros atentados seguiram, pessoas reagiram, e discussões começaram.

Humor tem limite?

Antes a responda era: Depende de onde você nasceu. 

Mas agora não é mais.

Religião, extremismo, intolerância, o massacre abriu espaço para todas as discussões, eu não vou ser ambicioso o suficiente para tentar responder a todas as questões, só vou deixar minha opinião.
O Islamismo hoje é a segunda religião com mais seguidores (aprox. 1,6 bilhões), só perdendo para o Cristianismo (2,2 bilhões), é uma religião monoteísta, é fundamentada nos ensinamentos de Mohammed, conhecido aqui como Maomé, o livro sagrado do Islamismo é o Alcorão, e a palavra islã significa submissão, obediência, e o muçulmano é “aquele que se submete a Alá”.

O Islamismo não é tão diferente do Cristianismo, ambos são monoteístas, ambos tem um livro sagrado, e ambos têm algumas figuras em comum, como o Anjo Gabriel e Jesus (que é considerado apenas um profeta). Mas muitos pensamentos islâmicos não condizem com as ideias cristãs, então tecnicamente os dois não poderiam coexistir, pois essas figuras tiveram papeis diferentes no Islamismo.

Só escrevi essa parte para explicar o que é o Islamismo, e deixando claro que não são todos os muçulmanos que são terroristas.

 Agora podemos falar sobre a verdadeira raiz do problema, os extremistas, os extremistas islâmicos tem tolerância zero as chamadas blasfêmias, e acreditam que matar os “infiéis” é uma tarefa agraciada por Alá, apesar de alguns ensinamentos do islamismo clamarem bondade e  esmola para os pobres, e boas pessoas seguiriam essa doutrina para com todas as pessoas, mas para os extremistas, as únicas pessoas que valem são as que tem ideias parecidas com as deles, apenas ser da mesma religião não se aplica, já que mataram um policial no massacre que era muçulmano.

Extremismos são uma das maiores pragas do mundo, qualquer coisa elevada ao extremo é perigosíssima: politica, ideais e principalmente religiões. O cristianismo também fez coisas horríveis, como a inquisição, e os colonizadores cristãos não aceitavam muito bem os deuses dos índios. 

Imagine o seguinte, alienígenas chegam em nosso mundo, nos dominam e olham para nossos deuses (Alá, Deus, Buda e outros) e dizem que tudo isso é mentira, e o Deus deles é o único e o verdadeiro, e para manter mão de obra humana, nos convertem como seguidores do seu deus alienígena, foi exatamente isso que aconteceu com os índios.

 Não existem religiões boas ou más, existem seguidores bons e maus.

Uma das características do extremismo é a generalização, algo que muitos idiotas que se dizem contra o terrorismo estão fazendo agora, julgando todos os seguidores do Islamismo como terroristas. Outra característica é a fé cega e falta de dúvidas, os extremistas acreditam fielmente que tudo que estão fazendo é o certo, eles acham que são os heróis dessa história, que estão fazendo a vontade de Alá e serão recompensados quando morrerem.

A dúvida é vista como algo ruim, mas esse pensamento está errado, a dúvida é um presente. Imagine que não a tivéssemos, não teríamos dúvida de que pular de um prédio de 20 andares iria nos matar, não teríamos dúvida que matar pessoas é errado. A dúvida é boa, ela existe por esse motivo, para questionarmos o que vamos fazer.

A dúvida te faz humano, esses extremistas perderam essa habilidade e com isso perderam suas humanidades.

Não estou criticando a fé, mas se você não temperar sua fé com um pouco de questionamento, você vai ficar cego a tudo.

Agora que entendemos os assassinos (a parte mais importante é entender o inimigo), vamos às vitimas.

Falando sério agora, o humor tem limite?

Ou melhor: Qual a linha entre engraçado e ofensivo?

                                               Possível próxima vitima?


“Je Suis Charlie” no que se diz a liberdade de expressão, mas eu vi as charges e elas me pareceram de extremo mau gosto, eu não consigo imaginar como alguém iria rir daquilo, mas eu defendo eles no que se diz ao direito de dizer o que pensa, e mostrar o que pensa. Ora, é isso que eu faço no blog. Apesar de não concordar com o tipo de humor deles.

                                                               Hilário???

Mas isso não justifica o massacre, agora toda vez que alguém se sente ofendido, essa pessoa deve matar quem a ofendeu?

E não me venha com esse discurso de "não se brinca com religião". Agora religião virou desculpa para matar os outros? Eu não acredito em um Deus do ódio, da intolerância e da ignorância.

Eu sinceramente sou mais adepto a "Je Suis Ahmed", quem é Ahmed? Ahmed foi um policial muçulmano que morreu no tiroteio, um policial muçulmano que morreu tentando defender pessoas que zombaram de sua religião, e ele se importou se eles tinha feito isso? não, ele foi lá tentar proteger eles assim mesmo.

Isso é ser uma boa pessoa.

Quando eu me sinto ofendido por algum comediante, eu apenas ignoro e faço outra coisa, ao invés de protestar ou fazer uma tempestade por algo que ele falou, porque acho isso idiota. Humor não é algo fácil de explicar, alguém riu daquilo, eu não, mas não vou desmerecer o humorista também.

Vamos pegar outro exemplo, South Park é conhecido mundialmente por ser um dos desenhos de humor mais controversos da televisão, em um episódio de uma das primeiras temporadas, teve uma paródia da Liga da Justiça, mas ao invés de heróis, teve figuras religiosa como Jesus, Buda, Krishna e outros, teve Maomé também, mas foi censurado depois dos produtores receberem ameaças de morte por extremistas.


South Park já ousou fazer comédia com todas as religiões, até a cientologia foi abordada, o que fez Tom Cruise querer proibir o episódio (Tom Cruise extremista da cientologia?).

Mas diferente de Charlie, eu acho que South Park é engraçado e tem criticas inteligentes (nem sempre, mas geralmente tem). E isso nos leva a um dos meus momentos favoritos da série.

No episódio 6 da temporada 17, algo louco acontece e Judeus, Muçulmanos e Cristãos se unem em paz e harmonia, e comemoram isso num show do Van Halen.



Eu ri disso até cair no chão, e isso é um tanto triste.

Eu ri porque me pareceu tão absurdo a ideia das três religiões conviverem em paz, eu ri deles terem montado imagens de alguma revolta como se fosse um show, isso é ouro em comédia, porque não só te faz rir, mas também te faz pensar: Imagina todo mundo vivendo em paz?

Talvez precisamos de mais Van Halen, sei lá.

Outro assunto parecido aconteceu um mês antes do atentado, Hackers invadiram a Sony e roubaram varias informações e filmes da empresa, entre esses filmes estava A Entrevista, filme de comédia que mostra a morte do ditador norte-coreano Kim Jong-un, parece que os hackers eram norte-coreanos e o ditador ameaçou fazer um segundo "11 de setembro" caso o filme fosse lançado. A Sony se borrou nas calças e decidiu cancelar o filme, até que o Presidente Barack Obama falou a respeito e disse para os habitantes americanos não se preocuparem, e a Sony resolveu passar o filme em poucos cinemas e muitos resolveram assistir via pirataria.



O engraçado é que exatamente 10 anos atrás (em 2014), foi lançado um filme (dos criadores do South Park) chamado Team America, um filme feito com fantoches que é uma paródia dos filmes de ação onde os Estados Unidos se acham a policia do mundo, o vilão do filme é Kim Jong-il (pai do novo ditador, óbvio), e é sabido que Kim Jong-il tinha visto o filme, mas não fez nenhumas ameaças, e digo que Team America é bem mais ofensivo que A Entrevista.


Alias, esse tema deveria ser o novo hino dos Estados Unidos:

                                                           'Murica, Fuck Yeah!!!

Tudo se resume a frase: Posso não concordar com suas palavras, mas vou defender até a morte seu direito de dize-las". 

Essa é a ideia que quis passar, não culpe aqueles que foram mortos, culpem os assassinos, parece idiota eu ter que escrever isso, mas muita gente está confundindo as coisas. Sim, os chargistas tinham sido bem ofensivos, mas isso não justifica o ato dos terroristas, eles foram os maiores covardes dessa história, matando um bando de desarmados e matando até um que era da mesma religião deles.

A única coisa que não deve ser tolerada jamais, são extremismos.

Lembram quando o Pastor Marco Feliciano quis fazer uma cura gay? me lembro na época de dizer: Cura pra parar de ser um babaca que é bom eles não fazem.

É quase a mesma ideia aqui, Seja intolerante com os intolerantes.

Sobre A Entrevista, o filme não é nada demais, nem é tão engraçado assim e a polêmica é um pouco barata, mas fico feliz do filme não ter sido proibido.

E ele tem uma música na trilha sonora que vou usar para terminar esse artigo.



                                                     "O mundo está se fechando
                                                       Você já chegou a pensar
                                                       Que poderíamos ser tão próximos, como irmãos?
                                                       O futuro está no ar
                                                       Posso senti-lo em todo lugar
                                                       Soprando com o vento de mudança"






quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Rumo à Surdez: Discografias Comentadas
Banda da Vez: Foo Fighters
Parte 3 (final)

Wasting Light
Data de Lançamento: 12 de Abril de 2011
Duração: 47:53 mins.



Me lembro de 2011 como se fosse ontem, após de ouvir The Pretender nas sugestões de vídeos no You Tube, assisti o canal Playtv passando algum programa de música novas, passou muito lixo, mas de repente aparece um vídeo com um riff com eco e luzes piscando no fundo, esse clipe era Rope, do naquela época novo álbum, isso logo chamou minha atenção, e decidi ouvir o disco da banda (que eu considerava ruim na época, com exceção da música the pretender), logo fui cativado pelo som e nunca mais fui a mesma pessoa.

Em muitos aspectos Wasting Light é o álbum mais pesado da banda. Após diversas variações entre faixas leves e pesadas nos dois álbuns anteriores a este, Wasting Light apresenta muito mais agressividade. o álbum foi gravado na garagem da casa de Dave Grohl, que disse querer capturar o feeling do rock mais sujo de garagem, voltar a suas raízes musicais.

Fui arrebatado por Bridge Burning em 2011, se tinha gostado de Rope e The Pretender, Bridge Burning foi a música que me fez virar total fã da banda, com um riff rápido e agressivo, um refrão
marcante e divertido, me lembro de ter me identificado com a letra na época, o que é muito importante, um dos aspectos para eu ser fã de alguma coisa é a identificação que tenho com essa coisa. Ela é uma ótima introdução para o álbum.



O que gostei mais de Rope na época foi seu ritmo, essa música tem uma dinâmica impecável, com o riff ecoando, e um solo de guitarra incrível com uma distorção foda. 



Definição de fodapacaralho: Dear Rosemary. Não é preciso ser dito nada, só precisa ser ouvido


White Limo é a coisa mais pesada da banda desde Weenie Beenie no debut, ela até pode ser considerada Heavy Metal, mas com todo o charme foofightersiano (melhor palavra que já inventei). O clipe é muito bom também, com a participação do lendário Lemmy Kilmister como motorista da limusine.


Arlandria é uma música poderosa, lembrando o melhor da era In Your Honour e seu rock de estádio.


These Days é a Next Year do álbum pra mim, ela não me agrada especialmente, mas nunca passo ela quando escuto o disco, ela me soa meio melodramática como Best of You, não é muito minha praia, mas aposto que muitos fãs amam essa música.

Back And Forth é pura diversão, e eu me identifico mais com ela hoje em dia do que antigamente. O mesmo pode ser dito de A Matter of Time, ela é divertida, nada demais.

Miss the Misery  é uma da minhas favoritas do álbum, respondendo tristeza com agressividade.


I Should Have Known soa estranha após toda a agitação das músicas anteriores, é a música mais triste dos Foo's desde Over and Out, com a participação de Krist Novoselic (baixista do Nirvana), é difícil não lembrar de Kurt Cobain ao ler a letra, "No, i cannot forgive you yet" e "I should have know that it would end this way" parecem ser claras referencias, até agora foram apenas três músicas sobre Kurt, mas esta definitivamente é a mais emocional e poderosa.


Walk é a Best of You do álbum, tocou milhares de vezes em todo lugar em 2011, mas eu ainda não cansei dela ainda (Best of You toca direto a 10 anos já, Walk tem uns 4 anos), novamente o assunto de renovação de espirito é abordado, o "aprender a caminhar de novo" como diz a música. É uma boa conclusão, com um tema recorrente nas músicas dos Foo's (e na vida). O single também teve o melhor clipe do álbum, inspirado no filme Um Dia de Fúria (aquele com o Michael Douglas louco da cabeça).


Temos também Better Off como a faixa bônus, que lembra bastante o estilo do primeiro álbum.


Tem um remix de Rope pelo dj foda-se quem diabos liga pra um remix?

Wasting Light teve criticas bem mais favoráveis desta vez pela maioria dos críticos, dizendo que era a volta a boa forma dos Foo's, também foi sucesso de público e me lembro de ser a única coisa relacionada a rock que tocou nas rádios em 2011. Ao pensar que este álbum foi gravado numa garagem, é impressionante ver o resultado, e eu sei que ele foi bem importante pra mim na época, mas analisando ele hoje mais friamente, a falta de variedade nas músicas me lembrou um pouco o One by One, todas as músicas são legais, mas nem todas são tão memoráveis assim, e isso me incomodou um pouco, pois sou muito fã da variedade dos dois álbuns anteriores a este.

Pontos Fortes: Bridge Burning, Rope, Dear Rosemary, I Should Have Known, Miss The Misery.
Pontos Fracos: Falta de variedade sonora.
Nota Final: 8,5/10.

Vale lembrar que os Foo's lançaram um documentário muito interessante sobre a história da banda e a gravação de Wasting Light chamado Back & Forth, eles fariam algo parecido em 2014 com o próximo e último álbum que irei analisar.



Sonic Highways
Data de Lançamento: 10 de Novembro de 2014
Duração: 42:03 mins.


Os Foo's voltaram em 2014 para o que seria seu álbum mais ambicioso desde In Your Honour com Sonic Highways. A ideia por trás do trabalho é muita única, não consigo me lembrar de nada parecido, e isso já ganha pontos comigo, cada música do álbum foi gravada em uma cidade diferente, pois Dave disse que o ambiente onde a música é gravada pode influenciar totalmente o som, então a banda viajou por 8 cidades nos Estados Unidos documentando a história musical do local e gravando uma faixa inspirado na vibe da cidade, o álbum também conta com a participação de vários convidados.

Esse já pode ser considerado o álbum com mais opiniões variadas da história da banda, alguns críticos e fãs realmente não gostaram das faixas, dizendo que são pouco inspiradas e fracas comparadas ao resto do repertório da banda. Outros acharam mediano, também dizendo que as músicas foram pouco inspiradas mas ainda era um bom álbum, e outros realmente gostaram da ideia do álbum e o consideram um dos melhores trabalhos da banda.

Eu a principio achei bem mediano, colocando ele como o meu "menos favorito" da banda, mas quanto mais ouvi, mais gostei dele, e isso ocorreu com vários outros álbuns que ouvi na vida, me lembro de ter ficado bem decepcionado com Like Clockwork do Queens of The Stone Age a primeira vez que o ouvi, mas quando entendi sobre o que o álbum era, ele acabou se tornando meu segundo favorito da banda.

Eu recomendo fortemente que você assista o seriado que acompanhou o lançamento do álbum, a série é um documentário sobre a gravação deste disco, e ele mostra a história da cidade de onde gravaram e suas inspirações para a faixa relacionada do álbum (que toca no fim de cada episódio). Até se você ouviu e não gostou, assistir o documentário pode lhe fazer mudar de ideia (ou não, não posso prometer nada).



Vou dar o presente a vocês de postar todas as músicas, porque o álbum inteiro pode ser ouvido no canal do You Tube da banda, então não pode ser considerado pirataria nem nada, eu comprei o álbum porque eu sou fã mesmo.

o álbum abre com Something from Nothing, que começa suspeitosamente idêntica a Skin and Bones, o riff de guitarra também lembra muito Holy Diver do Dio, é uma faixa divertida, mas concordo que ela não é muito inspirada.

A letra é bem interessante, inspirada na cidade de Chicago, fala sobre muitos músicos que vieram completamente desconhecidos e se tornaram lendas da música na cidade, justificando o nome da música, Something from Nothing significa "algo do nada", ele eram considerados nada e se tornaram algo ao encontrar a música. A faixa compara este pensamento ao grande incêndio em Chicago em 1871 com trechos como "It started with a spark" e "Here lies a city on fire". O artista convidado desta música é Rick Nielsen da banda Cheap Trick.



 The Feast and The Famine é a música mais agitada do trabalho, lembrando muito o som de The Colour and The Shape, com influencias da cena Punk Rock de Washington (onde a faixa foi gravada), a letra é típica de Punk Rock e fala sobre a desigualdade social contrastante de Washington. O artista convidado desta faixa são Peter Stahl e Skeeter Thompson da banda Scream (da qual Dave tocou bateria antes de entrar no Nirvana).



Congregation é uma das melhores do álbum, com inspiração da música Country de Nashville, a letra faz varias referências, como vários músicos da cidade eram mais familiares com uma Jukebox do que com um rádio no trecho "a jukebox generation". O artista convidado desta música é Zac Brown da banda de Country Rock The Zac Brown Band (da qual Dave produziu um álbum).

Pessoalmente, eu amo essa música, vários momentos importantes na minha vida tiveram como trilha sonora as músicas da banda, e quando esse álbum foi lançado, fiquei na dúvida se ele iria fazer parte disso também. Eu comecei a fazer carteira de motorista em 2014, e eu não era muito bom e confiante na direção, então reprovei 3 malditas vezes na prova e gastando um bom dinheiro nesse bela máfia chamada Detran, então na quarta vez, eu já estava com pouca esperança de passar e até com o pensamento de desistir, acordei cedo e peguei carona com a minha mãe para mais um prova, quando sai do carro, eu tinha que subir um morro pra chegar no local da prova, então coloquei meus fones de ouvido e coloquei na seleção aleatória, e começou a tocar essa música.

Eu estava tão inspirado por ela que só faltou eu fazer drifts na rua naquele dia, finalmente havia conseguido minha carteira de motorista, e eu agradeço a essa música.


What Did i Do?/God as My Witness são duas músicas em uma só, What Did I Do? lembra muito o som de Lynyrd Skynyrd, especialmente o ritmo de Sweet Home Alabama, e God as My Witness lembra um tanto música gospel (que é inegavelmente uma das raízes da música country). Ambas faixas foram gravadas em Austin no Texas e tem como artista convidado Gary Clark Jr.  que é um novo rosto promissor da cena texana de música.



Outside é minha favorita desde a primeira audição, e pra mim é a prova que a experiência da banda nesse álbum funcionou. Lá vem história:

É engraçado como muito de meus álbuns favoritos foram gravados no estúdio Rancho de La Luna em Joshua Tree, Califórnia. Queens of the Stone Age, Arctic Monkeys e é claro, Foo Fighters, já gravaram nesse estúdio, então só a vibe do lugar foi responsável por muitas de minhas músicas favoritas. Primeira vez que ouvi o álbum, eu não sabia onde essa faixa foi gravada, mas tinha gostado dela exatamente por essa vibe que estou tão familiarizado. Então acho que a banda conseguiu, eles conseguiram capturar o estilo de música através do local.

A letra fala sobre muitos músicos que estavam cansados da loucura urbana da cidade de Los Angeles e procuraram um lugar mais calmo para gravarem, foi com essa ideia que o Rancho de La Luna foi construído. O artista convidado desta música é Joe Walsh, da banda Eagles, aquela do clássico Hotel Califórnia.


In The Clear é a música mais leve e emocional do disco, quando ouvi ela me pareceu a mais típica foofightersiana do trabalho, a faixa foi tocada em Nova Orleans com participação da Preservation Hall Jazz Band.

Eu esperava que uma música de Nova Orleans fosse sobre vodu e bruxaria, mas deixa pra lá, pelo episodio da série lá parece ser um lugar muito maneiro.



Subterranean é a mais experimental do álbum, o som não se prende em riffs e refrão como boa parte das músicas dos Foo's, inspirado no som experimental dos anos 90 da cidade de Seattle, que foi o berço da música grunge, o episódio dessa faixa é muito recomendado aos fãs de Nirvana, pois Dave relembra vários momentos que passou em Seattle na época da banda. O artista convidado desta música é Dave Gibbard.



I Am a River não desaponta como o fechamento do disco, não devendo nada para End over End New Way Home e outros fechamentos épicos. A música foi gravada em Nova York com participações de Tony Vinconti e Kristeen Young, junto com uma fuckin orquestra.


Pontos Altos: Outside, Congregation, I Am a River, The Feast and The Famine.
Pontos Baixos: Parecer mais um experimento musical do que uma adição ao repertório da banda.
Nota Final: 8/10.

Agora meu top 8 álbuns da banda:

8. One by One
7. Foo Fighters
6. Sonic Highways
5. In Your Honour
4. Wasting Light
3. Echoes, Silence, Patience and Grace
2. The Colour and The Shape
1. There is Nothing Left to Lose

É complicado terminar esse artigo, já disse praticamente tudo sobre Foo Fighters, o que posso dizer é que escrever esses artigos foram importantes para mim, pois escrever sobre essa banda é escrever sobre mim, metade de mim está nessas músicas, é algo que apenas um grande fã pode sentir. Vejam que nenhum dos álbuns ficou abaixo da nota 7, é porque gosto deles e todos tiveram importância para minha pessoa, eu apenas gosto de alguns mais do que outros.

E porque mais que algumas pessoas considerem a banda nada demais, eu não ligo, pois ela foi importante para mim e pra muitos outros fãs, nenhuma outra banda me atingiu emocionalmente como essa até agora, e me faz lembrar de uma época querida e especial.

Essa é minha dica, não importa o que os outros falam de algo que você gosta (eu inclusive, então desculpe fãs de Maroon 5 e Imagine Dragons, se eu odeio suas bandas favoritas), o importante é que essa coisa teve significado para você, se não teve para eles, ótimo, mas para você teve, e isso é tudo que você precisa.

E pra você que vai no show no tour da banda aqui pelo brasil, eu te invejo com todas as forças do mundo, pois estava desempregado quando os ingressos foram vendidos.

Até mais, galera.






































































































quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Rumo à Surdez: Discografias Comentadas
Banda da Vez: Foo Fighters
Parte 2

One by One
Data de Lançamento: 22 de outubro de 2002.
Duração: 55:11 mins.



Se a banda tinha achado paz e conforto no trabalho anterior, logo essa paz acabou nas gravações de One by One, o álbum passou por diversas regravações e criou tensões entre os membros da banda, Dave estava cheio de trabalho com sua participação como baterista em Songs for The Deaf da banda Queens of The Stone Age, e um novo guitarrista entrou no Foo Fighters durante o tour de There is Nothing Left to Lose, chamado Chris Schiflett.

Por conta dessa época mais conturbada, o som de One by One é bem mais pesado que seu antecessor, e vemos isso muito bem quando All my Life começa a tocar, com vocais leves na introdução, logo a música explode num riff pesado e vocais rasgantes.


Sem perder o folego já somos atirados ao riff violento de Low, os Foo's não são geralmente conhecidos por falar sobre sexo, mas esse é o exato tema dessa faixa, ou vai me dizer que um trecho como "Screws inside, Turns so tight, Turning on you" não é nem um pouco sugestivo? fazendo dessa uma das músicas mais pesadas para um striptease.
Também tem aquele clipe que pode causar pesadelos aos mais fracos do coração, com Dave Grohl e Jack Black se travestindo num motel.


Have it All tem uma boa dinâmica musical e um refrão divertido, Times like These é uma queridinha entre os fãs, outro grande hit da banda, você provavelmente já ouviu "It's times like these you learn to live again, It's times like these you give and give again" alguma vez, mesmo que não intencionalmente , quem não lembra da clássica propaganda da Claro convite?

                                              Foi usada a versão acústica

O single foi este:


Disenchanted Lullaby tem um ótimo refrão, mas nada de muito interessante instrumentalmente, Tired of You é uma interessante música super triste com participação de Brian May, o guitarrista do Queen, sim, aquele Queen, do Freddy Mercury.

Agora começa meu problema com esse álbum, Halo, Lonely as You, Overdrive e Burn Away são todas okay, é isso, nada demais, bons refrões e bom som, mas absolutamente nada de especial, nada de diferente, são um tanto dispensáveis.

Come Back por outro lado, é uma pérola esquecida da banda, com a duração de 7 minutos e 50 segundos, uma das faixas mais longas da banda, com um refrão épico e variações na sonoridade, fecha o álbum muito bem.



One by One teve muito material jogado para os F-sides, em destaque temos: Walking a Line, Normal, The One (da trilha de Orange County), essas três poderiam muito bem estar no álbum, também tem uma uma cacetada de covers e versões ao vivo.


One by One ficou um tanto dividido entre críticos e fãs, muitos apreciaram o som mais pesado, mas reclamaram da mesmice e falta de criatividade em algumas músicas, até a própria banda já revelou que este é o álbum que menos gostam, Dave diz que tem apreço apenas por quatro músicas (das quais ele não revelou). Mesmo assim o disco ganhou Grammy de melhor álbum de rock em 2003.

Pontos Fortes: All my Life, Low, Times like These e Come Back.
Pontos Fracos: Burn Away, Lonely as You, Halo.
Nota Final: 7,5/10

In Your Honour
Data de Lançamento: 15 de junho de 2005
Duração: 83:17 mins.


In Your Honour foi a álbum mais ambicioso dos Foo's na época, com dois discos, um com músicas pesadas e outro com músicas acústicas, tendo 83 minutos de duração no total. o trabalho foi bastante influenciado pelo suporte que estavam dando ao politico John Kerry nas eleições de 2004 nos Estados Unidos, o que sinceramente me parece apenas uma vingança contra George W. Bush, que usou sem permissão Times like These como música-tema de sua campanha.

Este é o álbum mais complicado pra mim escrever, por muito tempo foi o único álbum dos Foo's que eu tinha pouco apreço, enquanto ouvi os outros álbuns inteiros incontáveis vezes, este eu só lembro de ter ouvido umas três vezes, então essa seria a quarta vez que o escuto inteiro, incluindo o álbum acústico.

O álbum começa com In your Honour e ela é perfeita pra abrir um show, ela é curta e dá um gosto do que vem em frente.

No Way Back foi feita com a intensão de ser tocada em estádios, o riff e o refrão são muito animadores e consigo muito bem imaginar milhares de pessoas pulando junto em um Wembley da vida. Peraí, isso realmente aconteceu!


Tem absolutamente zero chances de você nunca ter ouvido Best of You alguma vez na sua vida, essa música esteve em tudo, filmes, séries, comerciais, na casa da sua vó, em trabalhos escolares, até em igrejas (sim, eu ouvi essa música numa igreja uma vez). É bem óbvio então que esse seja o maior hit da banda, mas o que eu acho dela? pra falar a verdade, eu não gosto muito dela, acho que exatamente porque ela tocou tantas milhares de vezes que ela não me anima mais, ela é a Sweet Child O'Mine da banda, é a única música que tenho memória de ter ouvido na época ainda, há dez anos atrás, em 2005, quando tinha nove anos de idade, naquela época eu devia ouvir algum sertanejo brega que meus pais me obrigavam a ouvir (e achava a melhor coisa do mundo), então ela não me chamou muita atenção.

                             Escute aqui pela trilhésima vez

Eu gosto bastante de D.O.A, com um riff animal, parece algo que toca durante esportes radicais, eu consigo imaginar muito bem essa música tocando durante um skydiving, sei lá, em Dubai.

Vamos fazer um teste, coloque essa música


Junto com esse vídeo (clique no mute pra tirar esse remixes zuados) a diversão começa em 2:36 de vídeo


Hell é uma música assustadoramente animada sobre o inferno, ela me lembra In your honour, seria uma boa introdução, mas aqui no meio ela soa meio estranha.

The Last Song é bem animada, algo ótimo para um estádio, estou começando a ver um padrão aqui.

Free Me é uma música que os fãs imploram para a banda tocarem no show, e eles nunca tocam, chame de um tesouro esquecido, Free Me é enérgica, pesada e muito divertida, então sabe se lá por que diabos nunca tocam ela nos shows, o publico ia delirar, cair no chão, chorar, morrer se um dia eles terminarem o show com esta.


Resolve me lembra o estilo de Tom Petty, do qual Dave é fã e quase chegou a tocar na bateria quando o Nirvana acabou, é uma música sobre resolver seus problemas pessoais, definitivamente a faixa mais emocional deste primeiro disco.


The Deepest Blues are Black não tem nada de especial, e mesmo assim é uma das minhas favoritas, mas isso é por motivos mais nostálgicos, eu ouvi essa música em um dia bem importante, então ela tem um lugar no meu coração, apesar de que analisar mais friamente ela é bem fraca.

End Over End é sobre nostalgia, eu descobri isso apenas esse ano, e junto com Aurora é uma das melhores músicas sobre nostalgia de todos os tempos, eu acho a letra um primor, um tema recorrente nas músicas é o renascimento, o começar de novo, cair num buraco e escalar de volta, nada vai ser como antes, e nem deveria, senão seria apenas repetição, são ciclos atrás de ciclos, caídas após caídas, fins após fins. Mas também são inícios após inícios, subidas após subidas.



Também tem uma música animal chamada The Sign de bônus, eu nunca tinha a ouvido até escrever esse artigo.

O que posso dizer desse primeiro disco é que ele me agradou muito mais nessa revisitada, acho agora até melhor que One by One, apesar de eu achar que algumas músicas foram feitas sem tanto primor(Hell vem a minha cabeça), ainda é um produto sólido no que se diz em Rock and Roll, e ele foi feito para ser tocado num estádio.

O segundo disco é complicado de avaliar, ele é o exato oposto do primeiro disco, chame esse de o álbum yin yang do Foo Fighters, e eu não estou falando que ele é ruim, mas pra quem curte um rock mais agitado não vai ter nada aqui para ouvir.

É com esse pensamento que se deve ouvir o disco 2, ele é a coisa mais única que a banda já fez.
Still é maravilhosamente fantasmagórica, eu diria que essa música respira, ele tem vida própria, uma grande introdução ao estilo desse disco.



What If I Do é uma bonita composição romântica, destinada a derreter alguns corações.

Miracle não me agrada, mas tenho certeza que muita gente gosta, só não faz muito o meu tipo.

Another Round tem uma ótima composição, e Friend of a Friend fala sobre ele mesmo (Dave) e Kurt Cobain, pras viúvas inconsoláveis do Nirvana, que adoram dizer que todas as músicas dos Foo's são sobre o Kurt, essa é uma das poucas que realmente são.

Over and Out é sufocante, considero esta uma das músicas mais triste da banda, parece alguém fazendo uma chamada dentro do coração, "Você está ai? consegue me ouvir? eu não sinto mais você" diz o refrão.



On The Mend lembra o tema de Resolve, com um riff de violão incrível e vocal suave e emocional.


Virginia Moon é uma carta de amor à cidade de Dave, com inspiração de Bossa Nova (sim, você leu certo) e com participação da talentosa Norah Jones.


Cold Day in The Sun é cantada por Taylor Hawkins (Dave ficou na bateria) e ele não desaponta, com um refrão bem sentimental (Looks like your bleeding heart has already won) e uma sonoridade bem setentista e animada. Tradução do trecho: Parece que seu coração ensanguentado já ganhou.



Razor é um interessante trabalho com o violão, mas ela não me agrada muito como o fechamento do álbum.

Único destaque para a F-sides: Skin and Bones.



O disco 2 de certa forma mostrou o amadurecimento da banda, mostrou que eles podem fazer diversos tipos de som e serem bons nisso.

Minha nota para ambos os discos vai ser separada, por que eles são muito diferentes.

Disco 1
Pontos Fortes: D.O.A, Free Me, No Way Back, Resolve e End Over End.
Pontos Fracos: Hell.
Nota Final: Nessa revisitada, 8,5/10.

Disco 2
Pontos Fortes: Still, Over and Out, On the Mend, Virginia Moon e Cold Day in The Sun.
Pontos Fracos: Miracle e Razor.
Nota Final: No que ele se propôs, 9/10.

In your honour também recebeu criticas divididas, mas foi um sucesso de público, e foi considerado pela banda seu melhor trabalho, o próprio Dave disse ter sido seu trabalho favorito na época. Mantendo a tradição, o álbum ganhou o Grammy de melhor álbum de rock do ano.
Sem falar que aposto que até sua vó já cantarolou Best of You.



Echoes, Silence, Patience & Grace.
Data de Lançamento: 25 de Setembro de 2007.
Duração: 51:12 mins.


Echoes, Silence, Patience & Grace é de certa forma uma sequencia do estilo de In Your Honour, alternando entre músicas de rock tradicional e músicas acústicas, mas diferente de seu antecessor, que fora dividido em dois, este apresenta ambos os estilos em um único disco.

Algumas pessoas reclamaram da estrutura do álbum, o chamando de inconsistente, eu pessoalmente adoro a alternância entre pesado e leve deste trabalho, porque até as músicas acústicas conseguem ganhar um peso, com o maravilhoso trabalho técnico do disco.

The Pretender começa arrebentando tudo, com um som rápido e motivador, virou um hit instantâneo, também entrando no Billboard top 100 de 2007. Essa foi a primeira música dos Foo's que me chamou a atenção, na época eu me classificava metaleiro e considerava Foo Fighters uma banda pop lixo e leve (acho que todo mundo passou por uma época de adolescente imbecil e intolerante), minha concepção mudou quando ouvi essa faixa, e decidi dar uma ouvida nos materiais dos caras, e acabou se tornando minha banda favorita, até me fez mudar de concepções com varias outras coisas, até sentimentos.



Let it Die também é uma das poucas músicas que realmente fazem menção à Kurt Cobain, nesta, Dave descreve sua visão sobre o relacionamento de Kurt com Courtney Love, que todos sabemos ter sido "complicado". A faixa começa leve com um riff espetacular de violão, e logo se torna mais pesada e extremamente emocional.


Apesar de eu não ser um grande fã de Erase/Replace, admito que o trabalho na bateria de Taylor Hawkins é incrível nessa música.

Long Road to Ruin é uma delicia de música (isso soou bem gay), a música mais feliz sobre o rumo ao fracasso de todas, pra mim essa é uma personificação perfeita de como é estar apaixonado, você sabe que tudo vai dar errado, mas mesmo assim vai lá e faz tudo. E o clipe é fantástico:


Come Alive é uma grande acústica com um trabalho excepcional de violão, e que fala sobre tristeza e felicidade.



Stranger Things Have Happened é uma ótima composição de Dave (única música do álbum inteiramente composta por ele), um belo Blues, e o trecho "I'm not alone, Dear loneliness" ficou gravado em minha memoria por muito tempo.

Cheer up Boys, Your Make-up is Running é uma das faixas mais rápidas e animadas da banda, foi feita para os shows, e para ser o grande hit do álbum (apesar de The Pretender ter tido essa honra).


Se você leu meu artigo de verão, deve ter notado que resolvi terminar com  Summer's End, ela soa muito bem (o típico dos Foo's), mas o que me surpreendeu foi o ótimo solo de guitarra em 2:51 da música.



Ballad of The Beaconsfield Miners é uma instrumental poderosa, com um trabalho primoroso com o violão. a história por trás dessa faixa é bem interessante, alguns mineiros em Beaconsfield ficaram soterrados após um desabamento, o pedido de um dos mineiros foi um Ipod com o álbum In Your Honour incluído, após serem resgatados, Dave ofereceu um ingresso ao mineiro para um show da banda, e essa música é uma homenagem a este acontecimento.



Statues é a música mais suave do disco, com vocais leves, piano e até uma gaita (ou um violino, sei lá, nunca fui muito bom em identificar instrumentos), ela é bem relaxante, mas nunca chamou muito minha atenção.
P.S: Acabei de ver que ambos os instrumentos estão na música.

But, Honestly é uma ótima mistura dos estilos do álbum, com o inicio acústico e relaxante, e o final de puro rock, seria uma ótima de acabar o álbum no mesmo nível das outras faixas finais (New Way Home, M.I.A, End over End).



Home é uma versão mais triste de Statues, a letra é inegavelmente linda, mas eu colocaria ela antes de But, Honestly (que seria um fechamento muito mais interessante) se pudesse, ela me soa meio fora de lugar como a faixa final.

Mas peraí, tem Once and For All também, que seria tecnicamente a ultima musica. A razão de eu não considerar ela a ultima faixa é porque ela é um demo, então ela conta mais como uma  faixa-bônus, ela é bem melhor que Home, mas ainda acho que But,Honestly seria o final perfeito para o disco.

Destaque único aos F-sides: Seda.

Novamente as criticas foram variadas, alguns aclamaram o álbum tecnicamente, outros acharam a estrutura do disco (variações entre pesadas e acústicas) inconsistente, o álbum também foi sucesso de público e ganhou adivinha?

Isso mesmo, o Grammy de melhor álbum de rock de 2007, pela quarta vez consecutiva.

Pessoalmente, é um dos meus favoritos da banda, primeiro por ter me introduzido à banda (com the pretender), e segundo por ser o álbum mais emocional desde There is Nothing Left to Lose.

Pontos Fortes: Todas as faixas exceto...
Pontos Fracos: Home e Erase/Replace (pra mim)
Nota Final: 9/10

Gostaria de fazer algumas menções de outros discos e participações nos anos 2000.

Dave Grohl em Songs for The Deaf(2002): É meu álbum favorito de todos os tempos, preciso dizer mais algo?

Sim, seu álbum favorito pode ser de uma banda que não seja sua favorita (respondendo antes que me perguntem).

Probot(2004): supergrupo criado por Dave Grohl com vocal de várias lendas do metal em cada faixa.


Skins and Bones: álbum acústico ao vivo, menção a melhor versão de My Hero da história.


Greatest Hits: O nome diz tudo, os maiores hits da banda, menção a duas inéditas, Wheels e Word Forward, que foram gravadas durante o tour de Echoes, Silence, Patience & Grace.

Wheels: Uma das melhores, se você estiver deprimido, recomendo você ouvir essa música, ela toma novamente o assunto de resolver os problemas e mover em frente.


Word Forward: Dave Grohl é a única pessoa no mundo que consegue dizer fuckin e fazer isso ser emocionante.

                         "They're Just Fucking Words!!!"


Alias, tem um motivo para esse ter artigo ter sido postado em 14 de janeiro, os fãs devem saber que essa é a data de aniversário de Dave Grohl.

Feliz 46 anos de vida, Dave!! (véio pacaralho)