domingo, 12 de fevereiro de 2017

Novo blog, mesmo conteúdo




Olá pessoal!

Decidi fazer um novo blog com um novo nome (do qual deixarei o link mais abaixo).

O motivo? a verdade é que nunca gostei do nome Quarto do Érick, toda vez que dizia que esse era o nome do meu blog muitos tinham uma ideia bem errada do que se tratava (se é que vocês me entendem), e por mais engraçado que fosse ouvir meus colegas de faculdade dizendo: "Vamos até o Quarto do Érick", eu ainda sinto a necessidade de mudar o título.

O blog agora se chamará (se a imagem gigante no inicio já não fosse óbvia) Mente do Érick, o que combina muito mais com o conteúdo, afinal, neste narcisismo que só os blogs pessoais podem oferecer, todo o conteúdo é sobre minhas opiniões e meus gostos, e suponho que você esteja lendo porque minha personalidade combina um pouco com a sua.

Os artigos velhos já foram transferidos para o novo, e a partir de agora eu só postarei lá. Ainda deixarei esse blog online por um mês para qualquer pessoa que o acompanha possa ver e saber.

Para os poucos que acompanharam o blog desde 2014, eu agradeço profundamente, pois ainda desejo ser um ótimo profissional um dia, e foi exatamente aqui que comecei, bem antes de começar a faculdade.

É claro que houveram alguns problemas de edição e escrita (principalmente no inicio), mas foi assim que fui aprendendo a fazer um conteúdo melhor conforme o tempo se passou, pode se ver que muitas das minhas criticas no inicio do blog eram bem superficiais, eu aprendi a ir mais fundo no assunto.

Ouso dizer que mais aqui do que na faculdade.

Mas de qualquer forma, continuarei no novo blog, prometo que irei produzir mais conteúdo neste ano (em 2016, foram apenas 10) sempre que possível.

Alias, curtam minha página do facebook para ficarem ligados em novas postagens: https://www.facebook.com/mentedoerick/

Link: https://mentedoerick.blogspot.com.br/

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Meus filmes favoritos: Por que "Corpo Fechado" é uma analogia perfeita para um cinema dominado por filmes de super-heróis?



Eu gosto de filmes de super-herói, hoje em dia é quase impossivel ser completamente contra o gênero, só em 2016 foram lançadas 6 adaptações de quadrinhos (Guerra Civil, Doutor Estranho, Batman v Superman, Esquadrão Suicida, Deadpool e X-Men Apocalipse), e mesmo que você não goste dos atuais da Marvel e DC, você provavelmente deve ter gostado da Trilogia Batman de Christopher Nolan, que eram indiscutivelmente bons filmes.

Mas é inegável que o gênero para muitas pessoas está se tornando cansativo, até eu que admito gostar acho meio chato quando todos os trailers de uma sessão são apenas de filmes de super-heróis, ou
quando ocupam as salas e horários que poderiam ser reservadas para outros filmes.


De qualquer forma, quero levá-los ao inicio dos anos 2000, quando esse gênero estava bem distante de seu ápice, onde os melhores filmes de heróis até então eram os dois Batman de Tim Burton, Blade - O Caçador de Vampiros e o recém lançado X-Men: O Filme.

Na mesma época, pessoas estavam super ansiosas para assistir o novo filme do diretor M. Night Shyamalan (definitivamente eram outros tempos), após o estrondoso sucesso de "O Sexto Sentido", todos queriam ver qual seria o próximo suspense com um plot twist de explodir cabeças que o diretor estava reservando.


Toda a campanha de marketing apontava que esse seria um suspense sobrenatural, até o titulo do filme "Corpo Fechado" (Unbreakable no original, que significa Inquebrável) era instigante, pense bem, parece o titulo de algo que Hitchcock faria.

Imagino a surpresa do público quando descobriram que Corpo Fechado se trata de super-heróis, e um filme de heróis nada empolgante, mas parado, dramático e que jogava com os conceitos do gênero que são tão comuns hoje em dia, mas que não eram tanto na época.


Até mesmo o twist final parecia forçado apenas para capitalizar a memória de seu filme antecessor, é fácil ver porque Corpo Fechado foi uma decepção quando lançado.

Levou algum tempo para ele ser reavaliado, eu diria que foi o momento quando Shyamalan começou a fazer péssimos filmes, que as pessoas voltaram para ver onde foi que ele começou a errar, e Corpo Fechado parecia um alvo fácil, mas acredito que no momento que essas pessoas o assistiram novamente, devem ter notado que o filme era muito melhor do que pensavam originalmente.

Tanto que Corpo Fechado talvez seja o melhor filme do diretor, e certamente é um dos melhores filmes de super-herói de todos os tempos.


A trama é bem interessante, fala sobre um homem comum chamado David Dunn (Bruce Willis) que é o único sobrevivente de um acidente fatal de trem, o mais estranho é que Dunn não teve um arranhão sequer, o que cria suspeitas ao redor dele.

Esse caso chama a atenção de um deficiente físico aficionado por quadrinhos chamado Elijah Price (Samuel L. Jackson), que acredita que Dunn tem super poderes, e começa a se infiltrar na vida dele e de sua família, enquanto o próprio Dunn passa a se questionar o mesmo.

Com essa sinopse, parece algo bem comum do gênero, mas nenhum outro filme representou isso tão bem e de forma tão realista, já tivemos outros filmes que tentaram o mesmo, como Kick-Ass e Super (ambos de 2010), mas esses acabaram seguindo o caminho da comédia escrachada, enquanto Corpo Fechado é mais sério e dramático.


Aconselho que quem estiver interessado no filme pelo pouco que contei vá procurar assistir, pois agora entrarei em spoilers e comentarei até sobre o final.

Mesmo o personagem principal tendo super poderes, ele nunca deixa de parecer um homem comum, com problemas familiares com o filho e a esposa (a primeira cena é ele tentando trair ela com outra mulher, sem sucesso), ele nunca se sente melhor por ter esses poderes, é quase como um fardo, ele só decide se tornar um herói porque é a coisa certa a fazer, mas ele nunca pediu por isso

Corpo Fechado não é glamourizado, o uniforme de Dunn é apenas uma capa de chuva, ele não usa máscara, mas apenas um capuz, e ele não luta contra vilões monstruosos de outra dimensão, ou terroristas fantasiados como o Batman do Nolan.


Alias, Dunn apenas luta uma vez durante o filme todo, e é contra um serial killer. Em qualquer outro filme de super-herói, uma luta apenas seria bem anti-climático (como no Quarteto Fantástico de 2015), mas o filme todo é construído para atingir esse ápice, então essa luta curta acaba sendo muito mais emocional do que qualquer outra que vi no gênero, a trilha sonora espetacular de James Newton-Howard certamente ajuda muito.


Elijah Price, o aficionado por quadrinhos, é obcecado pelos mitos de super-heróis, ainda mais pelo fato dele ter uma doença que faz seus ossos serem mega frágeis, e ver alguém que é literalmente indestrutível (como o titulo em inglês) o faz ter esperanças novamente.

Spoilers sobre o final a seguir:

E isso me leva ao final, que quando vi pela primeira vez achei forçado, mas que com o tempo comecei a admirar, é revelado que foi Elijah quem sabotou o trem e causou a tragédia, e que ele cometeu diversos outros acidentes apenas para encontrar um "super-homem", alguém que fosse inquebrável.

Parece meio improvável, mas é preciso pensar que Elijah via o mundo como uma história em quadrinhos, e a forma de encontrar um herói foi se tornar um vilão, e se você olhar as mitologias de alguns personagens famosos, o vilão principal é sempre a antítese do herói.

O Batman se veste de morcego e luta por justiça, o Coringa se veste de palhaço e comete crimes, eles se complementam porque em um mundo normal o Coringa é apenas um doente mental, mas em um mundo onde um homem-morcego faz parte da realidade, isso abre margens para outros malucos se fantasiarem e saírem a solta.

É o mesmo aqui, tudo que Dunn precisa para ser um super-herói completo é um vilão, e Elijah é a antítese dele, Dunn é indestrutível, Elijah se quebra por qualquer coisa por conta de sua doença, tanto que as outras crianças durante sua infância o chamavam de "Senhor Vidro", o que ele viu como o nome perfeito para um vilão.

Elijah é o Lex Luthor, o Coringa e tantos outros, ele é a peça que falta para transformar aquela realidade numa história em quadrinhos.

"Agora que sabemos quem você é, eu sei quem sou
Eu não sou um erro, tudo faz sentido
Em um quadrinho, você sabe como dizer quem vai ser o arqui-inimigo?
Ele é exatamente o oposto do herói
E na maioria do tempo, eles são amigos como eu e você..."

Esse tipo de desconstrução é perfeita para os dias de hoje, em um cinema dominado por filmes de super-heróis, Corpo Fechado ainda é o mais realista e mais dramático, e sua essência nunca foi replicada por outros filmes do gênero.

Até diria que esse filme é tudo que "Homem de Aço" prometeu ser pelos trailers, e é o que Ang Lee tentou fazer com quando dirigiu o primeiro Hulk, mas nenhum conseguiu tão bem quando Shyamalan.


Não sou apenas eu que sinto isso, Corpo Fechado é considerado um dos filmes mais subestimados dos anos 2000, até o famoso diretor Quentin Tarantino listou esse como um de seus filmes favoritos de 1992 até 2009 (numa entrevista na época de Bastardos Inglórios) e o chamou de "Uma das obras primas de nossos tempos".


Corpo Fechado é meu filme de super-herói favorito, pelo menos sobre o assunto, é claro que um filme como O Cavaleiro das Trevas ainda é melhor em vários aspectos, mas o título de mais emocional ainda pertence a esse.

Se fosse lançado hoje, seria considerado uma perfeita analogia ao cinema de super-heróis, uma quebra dos clichês tão comuns do gênero, mas como foi lançado em 2000, quando não era tão comum, a mensagem acabou passando um tanto despercebida.

Eu até diria que Corpo Fechado finalmente encontrou sua época nos dias de hoje.





  

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

As Melhores Músicas de 2016


Sabe, uma da melhores coisa de ter um blog pessoal é não se sentir obrigado em dar introduções longas para os próprios artigos, só direi que a estrutura é a mesma de 2015, comentarei as músicas mais populares para as mais alternativas e no final meu Top 3 do ano.

Então vamos a lista:

Lazarus - David Bowie

Esse clipe foi lançado 3 dias antes do falecimento de David Bowie, e mostra ele deitado numa cama de hospital, com as primeiros versos: "Olhe aqui, eu estou no paraíso, Eu tenho cicatrizes que não podem ser vistas, Eu tenho dramas que não podem ser roubados, Todo mundo me conhece agora"

Lazarus é exatamente sobre aceitar a morte, escrita e cantada por um homem que sabia que não ia durar mais um mês vivo, só esse fato faz a música ser 10 vezes mais poderosa do que já era, desde Hurt de Johnny Cash não vimos algo parecido, Bowie escreveu seu próprio réquiem e seu legado jamais será esquecido.


Starboy - The Weeknd

The Weeknd, como já disse nos melhores de 2015, é um artista do qual não sei exatamente o que pensar, algumas letras desse último álbum são bem imbecis e nunca comprei essa "persona sexy" que ele tenta vender, mas com isso dito, Starboy foi provavelmente minha música pop favorita desse ano.

Isso porque a maioria da música pop foi bem fraca, as músicas eram muito repetitivas e não tiveram o senso de diversão que o gênero deve ter, é claro que a participação do Daft Punk no som ajuda e muito o artista canadense.

De certa forma, Starboy é sobre ter tudo que você quer e ainda se sentir infeliz, o que me parece bem mais profundo que a maioria da música pop de 2016.


Genghis Khan - Miike Snow

Não tenho muito o que falar, é uma música divertida, conheci Miike Snow por conta de um ótimo cover de "I Sat by the Ocean" do Queens of The Stone Age e decidi procurar pela carreira dele, me deparei com essa música, que gostei bastante.


Drive It Like You Stole It - Sing Street

Sing Street foi meu filme favorito de 2016, então eu tenho que colocar essa divertida homenagem ao new wave dos anos 80 (o baixo e o saxofone são uma referência a Maneater do Hall & Oates) em algum lugar nesse artigo.

Nem só pela homenagem, essa música sobrevive perfeitamente sem o filme.


Finest Girl (Bin Laden Song) - The Lonely Island

É uma música-piada, feita para o filme Popstar (uma boa comédia que passou despercebida), eu pensei em não colocar por causa disso, mas é tão grudenta e hilária que preciso mostrar isso para mais pessoas.


Cheap Thrills - Sia

É completamente ok, apesar das letras não combinarem com o tipo da Sia, aparentemente essa música seria cantada pela Rihanna, o que faria mais sentido com o tema de sair pra festas e se divertir, o que quero dizer é me parece estranho alguém que é conhecida por nem mostrar o rosto cantar sobre isso, mas entendo que apesar de ser mega popular, Sia sempre teve essa persona alternativa, o que reflete o inicio da carreira dela, muito antes de entrar na música pop.



Heathens - Twenty One Pilots

Esquadrão Suicida foi um filme "problemático" para dizer o mínimo, mas seu tema foi bem memorável, um tanto sombrio mas ainda pop o suficiente para tocar nas rádios, só discordo de ter sido indicada como "melhor canção de rock do ano".

É uma boa música, mas bem menos, por favor.



Dracula Teeth e Pattern - The Last Shadow Puppets

O primeiro álbum dessa banda formada por Miles Kane e Alex Turner (Arctic Monkeys) foi lançado em 2008, e após longos 8 anos tivemos um segundo, nenhuma música é espetacular como Standing Next to Me (uma das minhas músicas favoritas da vida) de seu antecessor, mas duas faixas que chamaram minha atenção foram Dracula Teeth e Pattern, com um instrumental bem nostálgico e as típicas letras da dupla.




Vampires - The Midnight

Como um grande fã dos anos 80, eu costumo acompanhar o gênero de New Retro Wave, é difícil escolher porque esse gênero é como um iceberg, na ponta há poucos artistas mais famosos como Kavinsky e Perturbator, mas no fundo há centenas de músicos desconhecidos que surgem a cada dia.

Com isso dito, uma da músicas que mais me chamou atenção no gênero em 2016 foi Vampires de The Midnight, porque eu adoro um belo solo de saxofone, e essa música inteira é um solo de saxofone.


Love Me In Whatever Way - James Blake

Todas as músicas de James Blake soam como Retrograde (seu principal hit), essa não é uma exceção, mas eu ainda ouvi isso bastante, pois é bem triste, exatamente como o ano em que foi lançada.

Por um segundo, pensei em colocar Daydreaming do Radiohead no lugar dessa, mas fui ouvir novamente e quase dormi (o que me pergunto se é intencional devido ao titulo da música).


 "I can't give up, Not now, Not then..."

Dark Necessities - Red Hot Chilli Peppers

O último álbum da banda foi bem decepcionante, tanto que até me esqueci que essa música era de 2016, Dark Necessities é a única faixa que merece uma menção, apesar de em qualquer outro álbum da banda ela seria apenas filler.


Phantom Bride - Deftones

Finalmente uma música que eu genuinamente gostei, Phantom Bride tem um riff fantasmagórico (olha o título) e um solo maneiro cortesia de Jerry Cantrell (guitarrista do Alice In Chains), alguns reclamam dos vocais de Chino Moreno, que eu admito parecer mais um sussurrar do que realmente cantar, mas de que qualquer forma combinam com o estilo da banda.


Agora meu Top 3 pessoal.

3. Square Hammer - Ghost

Pois é, ano passado eu decidi que gostava de Ghost, e acredito de que certa forma essa é a melhor música POP do ano, quer dizer, tecnicamente é metal (apesar de haver controvérsias), mas Square Hammer tem algo que muitas músicas, inclusive as populares, parecem ter perdido em 2016.

Um senso de diversão.

As letras são qualquer coisa, mas o riff, o refrão, o solo e até o vídeo só tem o objetivo de entreter, nada mais, nada menos, e eu gosto dessa honestidade. 


2. Spit out The Bone - Metallica

O último álbum do Metallica foi uma boa surpresa, não é nada espetacular como os primeiros discos da banda, mas ainda bom, e o quanto mais distante do estilo de St. Anger melhor. Com isso dito, nenhuma música realmente me pegou, exceto pela última, que foi a coisa mais rápida e pesada desde And Justice for All (que foi lançado a 30 anos atrás).

O riff é ótimo, a bateria parece uma metralhadora (aparentemente o Lars aprendeu a tocar novamente)  apesar do solo do Kirk Hammett soar exatamente como todos os outros.


1. Hearts/Wires - Deftones

Sabe, antes de comentar essa, preciso dar um contexto.

Lembro de ter comentado que 2015 tinha sido o melhor ano da minha vida até então, e 2016 parecia ser bem promissor, afinal, se fosse metade do que o ano passado tinha sido, já seria bom.

Infelizmente, não foi o caso, a maioria de minhas esperanças foram pelo ralo durante o ano, tanto as pessoais quanto as profissionais, por um momento até considerei em desistir da faculdade de Jornalismo, excluir esse blog, e desesperadamente tentar qualquer outra coisa, pois tudo estava dando bem errado e eu já estava cansado de se mover para lugar nenhum.

Eu só me recuperei em novembro onde descobri algo que mudou minha perspectiva e me deu esperanças para o futuro novamente, tanto que irei continuar a faculdade e bem, o blog ainda está aqui e acredito que um dia ele será bem útil.

Mas durante aqueles longos meses de desesperança, eu costumava ouvir uma música, inicialmente não chamou muito minha atenção, até prestar atenção nas letras e sua estrutura sombria.

Não é uma letra feliz, e nem apresenta motivações para sair dessa (o primeiro verso diz "Nada pode me salvar agora, é nisso que acredito..."), mas só o fato dessa música refletir o que eu estava sentindo já foi o suficiente pra se sentir bem melhor.


Essa foi minha lista de melhores músicas de 2016, e fico feliz em dizer que esses dois últimos meses foram bem melhores que os dez primeiros, espero que 2017 seja melhor, pelo menos pra minha e suas vidas pessoais, porque para todo o resto eu tenho certeza que não vai ser.

Desculpem, mas tudo aponta pra isso.




domingo, 15 de janeiro de 2017

Top 5 Séries de 2016



Se para todo o resto 2016 foi terrível (realidade), medíocre (música) ou apenas decente (filmes), a única coisa que realmente foi ótima foram as séries de tv, tivemos bons novos lançamentos e as séries que já eram boas reafirmaram sua qualidade.

Então irei listar as minhas cinco séries favoritas do ano passado e citar algumas menções honrosas.


5. Stranger Things: 1º Temporada


Stranger Things foi uma das maiores surpresas do ano, ninguém sabia exatamente como iria ser e ninguém esperava que virasse o fenômeno que se tornou. Foi uma bela homenagem ao estilo e clichês dos anos 80, com direito a grupinho de amigos em busca de aventura, trilha sonora de sintetizadores e romance adolescente idiota.

Os atores mirins foram belas revelações, principalmente a atriz que faz a Eleven (Millie Bobby Brown), e a sumida Winona Ryder, que voltou muito bem como a mãe da criança desaparecida.

Meu único problema (que não é exatamente um defeito) é minha familiaridade com o estilo, eu vivia assistindo filmes parecidos na Sessão da Tarde, e depois lendo livros do Stephen King (uma das inspirações da série), então Stranger Things não apresenta nada de novo para mim.

Mas é exatamente esse o objetivo, não é pra ser algo novo, é uma celebração do velho, então apesar de ter achado meio cansativo, ainda considero uma das melhores do ano.

4. Demolidor: 2ª Temporada


A primeira temporada do Demolidor foi tudo que precisava ser, foi violenta, séria e mais realista que o universo Marvel nos cinemas. A segunda continua no mesmo estilo, não é tão boa quanto a primeira, mas ainda fez seu trabalho consideravelmente.

Principalmente pela adição do Justiceiro na história, o ator (Jon Bernthal) foi uma escolha perfeita para o personagem, seu Justiceiro é quase um vilão, extremamente brutal, quebrado (na maioria das cenas ele está com a cara arrebentada) e o oposto do Demolidor, mas você ainda entende seus motivos e torce para ele.

As cenas de ação foram espetaculares e melhores que a primeira, destaques para as lutas na escadaria e no corredor da prisão.



Meus únicos problemas foram a Elektra e a falta de um bom vilão, não que a personagem ou atriz tenham sido ruins, mas a história dela não era tão interessante quanto a do Justiceiro, e apesar de Wilson Fisk/ Rei do Crime voltar, a aparição dele é bem breve.

3. Game of Thrones - 6ª Temporada


Já escrevi uma resenha inteira sobre a sexta temporada de Game of Thrones, só irei reforçar que apesar de ter ficado inegavelmente mais previsível, a série ainda está muito boa, e os dois últimos episódios foram algumas das melhores horas na história da televisão.

2. Bojack Horseman: 3ª Temporada


Bojack é uma série que começou estranha (o conceito é certamente bizarro), nem sempre o humor e o tom funcionavam, mas conforme as temporadas se passaram, tudo foi melhorando, tornando essa uma das melhores séries de comédia e drama (sim, você leu certo) dos últimos anos.

Bojack Horseman questiona por que os famosos, apesar de terem tudo que muita gente quer (dinheiro, mansões e festas) parecem ser tão tristes e desapontados, vivendo uma vida de excessos sem sentido, afinal, a vida é uma constante corrida atrás de desejos próprios, mas se você já tiver tudo, não tem mais nada o que seguir, e assim os personagens vão atras de coisas banais que eles juram ser necessárias.

Tirando esse meu papo filosófico de quinta categoria, Bojack Horseman é uma série engraçada, dramática, bem animada, criativa (principalmente o episódio debaixo do mar) e certamente merece ser apreciada.

1. Westworld: 1ª Temporada


Apesar de já conhecer o livro e filme de mesmo nome, eu não fazia ideia que estavam fazendo uma série sobre Westworld, eu apenas vi o trailer durante os comerciais de Game of Thrones, e fiquei instantaneamente interessado.

O Westworld original (o filme e livro) era uma história curta e interessante escrita pelo autor de ficção Michael Crichton, mas no fundo era apenas um protótipo para uma história muito mais ambiciosa e famosa chamada Jurassic Park (sim, é do mesmo autor).

É possível ver semelhanças entre as obras, ambas são sobre parques de diversão  (um com dinossauros e outro com robôs) onde os "brinquedos" se revoltam a atacam os visitantes, mas Jurassic Park, mesmo sendo maior, é uma história que só pode ser tensa e divertida, Westworld por outro lado, abre um leque gigantesco de questionamentos morais e existencialistas.

A série segue exatamente esse caminho, invertendo as visões da obra original, enquanto no filmes os vilões são os robôs, na série os vilões são os humanos, e a revolta e ascensão dessa nova vida é inevitável durante a temporada inteira.

Pode parecer uma história manjada essa de "máquinas ganhando consciência e se rebelando contra os humanos", mas Westworld faz de uma maneira que parece algo completamente novo, é até difícil de explicar.

Muito disso se vale pelo ótimo roteiro de Jonathan Nolan (irmão do diretor Christopher Nolan) e Lisa Joy, e as atuações do elenco principal, que conta com Evan Rachel Wood, Ed Harris, Thandie Newton, Rodrigo Santoro e Anthony Hopkins fazendo seu melhor papel desde o "Silêncio dos Inocentes".

Não houve nenhuma outra série em 2016 que me envolveu tanto quanto Westworld.

Além do mais, a trilha sonora é composta pelo mesmo compositor de Game of Thrones (Ramin Djawadi) e conta com vária versões orquestradas de músicas famosas como Paint it Black dos Rolling Stones e Exit Music (For a Film) do Radiohead, entre outras.




Menções Honrosas: Séries boas com alguns problemas que as impedem de entrar na lista.

Mr. Robot: 2ª Temporada


Mr. Robot foi a melhor surpresa e melhor série de 2015, eu nunca vi hackers e desordens mentais tão bem representadas em nenhum outro filme ou série como essa, é claro que há milhões de referências a outras história aqui (Clube da Luta sendo a mais visível), mas Mr. Robot ainda consegue ser boa por si própria.

Estava mega empolgado com essa nova temporada, e mesmo tendo achado ela boa, ainda foi um tanto decepcionante, isso porque Mr. Robot adora frustrar seus telespectadores, o que combina com a loucura e a luta de Elliot, mas de um ponto de vista narrativo, as vezes é melhor dar as respostas de uma vez, pois parece que a história moveu pouco desde a primeira temporada.

Teoricamente se passou um ano inteiro na cronologia da série, mas pareceu uma semana.

Penny Dreadful - 3ª Temporada


Penny Dreadful é uma ótima série que poucos parecem ter acompanhado, e é provavelmente a melhor adaptação de "A Liga Extraordinária" que nunca tivemos. A produção é ótima e as atuações (principalmente de Eva Green) são dignas de prêmios (apesar de ser injustamente esquecida sempre).

Se você gosta de horror gótico (Drácula, Frankenstein, Lobisomem) você provavelmente vai gostar dessa série.

Com isso dito, essa temporada (a final) foi bem fraca em comparação com as duas primeiras e tem cheiro de cancelamento por todo o lado, apesar do criador da série jurar que esse sempre foi o final que ele elaborou.

Preacher - 1ª Temporada


Preacher tem um problema fundamental que é ser praticamente inadaptável, por questões de tabu religioso. Eu me pergunto como diabos a série de quadrinhos foi publicada em primeiro lugar? 

Essa é a história de um padre (ex-criminoso) que ganha um poder divino e literalmente vai "encontrar" Deus para tirar satisfações. Preacher nos quadrinhos era escrachado, violento e extremamente blasfemo, a igreja nunca deixaria uma série dessas ir para a TV.

Mas mesmo assim tivemos uma série do mesmo canal de Breaking Bad sobre a HQ, e bem, ela obviamente não chega nem perto do quão pesado o material original é (afinal, mal tiveram polêmicas atreladas), mas ainda foi um tanto divertida do seu próprio jeito.


E essa foi minha lista de melhores séries do ano, diga nos comentários quais foram suas séries favoritas de 2016.

Até mais!




 
   
   

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Melhores Filmes de 2016...
Na minha opinião



Este foi um ano maldito em quase tudo, mas houveram algumas coisas boas que merecem ser mencionadas, o cinema de 2016 foi decente, não tão bom quanto 2014 e 2015,  mas ainda bom suficiente para um artigo inteiro.

Então irei comentar sobre meus filmes favoritos desse ano, e algumas menções honrosas, vale lembrar que todos os filmes foram selecionados com base na minha opinião, então se você achar que falta algum filme na lista, é porque eu não assisti ou não gostei.

Vou começar com os filmes maiores (não necessariamente os que gostei mais), os blockbusters que provavelmente todo mundo viu e depois irei comentar sobre filmes mais obscuros, não tem uma ordem de preferência exata, exceto por um filme.

Zootopia
Dirigido por Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush.



Zootopia estreou bem no inicio do ano e lembro de ter gostado tanto que já tinha colocado em primeiro lugar até então, não está mais no topo da lista, mas certamente é meu segundo favorito. A animação é linda, a mensagem é bem interessante (e bem mais adulta que muitos outros desenhos) e o humor está no ponto, esse foi um dos poucos filmes que cheguei a gargalhar alto em alguns momentos.

Diria que Zootopia é provavelmente meu filme favorito dessa nova "renascença" da Disney que começou com Enrolados, primeiro que não é um musical (eu agradeço) e o humor e a mensagem fazem bem mais o meu tipo.


Star Wars: Rogue One
Dirigido por Gareth Edwards



Rogue One foi muito melhor do que eu esperava, mesmo sendo um grande fã de Star Wars, estava preocupado como esse filme ia ser, e as noticias de regravações não ajudaram muito minhas esperanças, sem falar que o diretor do filme, Gareth Edwards , dirigiu minha maior decepção de 2014, aquele filme do Godzilla, que foi uma das maiores coleções de más decisões que já vi num filme, esperava que Rogue One iria se tornar a maior decepção desse ano também.

Mas estive bem enganado, cheguei até a gostar mais que o Episódio VII, pois enquanto esse se segurava demais na fórmula da franquia, Rogue One tem mais coragem de ter seu próprio estilo, é certamente bem mais sério e sombrio que o resto da série (até mesmo O Império Contra-Ataca).

Muitos reclamaram que os personagens não são muito carismáticos, eu achei eles bem decentes, é claro que poderiam ser um pouco melhores, mas não é nada que realmente comprometa a história, além do mais, esse filme tem a melhor batalha espacial e a melhor cena do Darth Vader de toda a franquia.

E isso já é o suficiente pra entrar na lista.


Doutor Estranho
Dirigido por Scott Derrickson



Doutor Estranho também foi uma surpresa pra mim, porque admito que achei Capitão América: Guerra Civil um tanto decepcionante (sei que estou numa minoria e irei explicar isso melhor depois), então fui assistir esse com pouca expectativa e pouco conhecimento sobre o personagem, e acabei gostando bastante.

Mesmo sendo muito semelhante ao primeiro filme do Homem de Ferro (o protagonista e a estrutura é quase idêntica), os visuais psicodélicos e cenas de ação criativas fazem esse filme estar acima da média da Marvel.



Dois Caras Legais
Dirigido por Shane Black



Este foi uma divertida homenagem aos filmes policiais dos anos 70 e 80, o famoso gênero de "buddy cop", tanto que o diretor do filme é o roteirista original da franquia Máquina Mortífera, e se você gosta de filmes naquele estilo, você provavelmente vai gostar desse.

O humor é bem sarcástico (exatamente meu estilo de humor favorito) e o carisma dos protagonistas (Ryan Gosling e Russel Crowe) funciona muito bem com a época e o cenário (a indústria pornográfica nos anos 70), as cenas de ação são bem violentas, imagine o filme Boogie Nights (1997) com alguns galões de sangue a mais.

Infelizmente o filme não fez muito sucesso nos cinemas, mas ele já se encontra na Netflix e certamente merece uma chance.


Hush - A Morte Ouve
Dirigido por Mike Flanagan


Hush foi uma boa surpresa em um gênero mega manjado (o filme de terror de invasão domiciliar), é o básico que você já deve ter assistido milhões de vezes, mas com um fator interessante que muda tudo, a protagonista é surda e muda, o que ajuda muito o assassino mascarado, o filme logo se torna um jogo de gato e rato onde o mais inteligente sobrevive.

Esse diretor (Mike Flanagan) gosta de pegar esses roteiros simples e transforma-los em algo mais criativo, tanto que ele já fez isso com a história de objetos assombrados em O Espelho, filme que já mencionei nos melhores de 2014.

A atriz Kate Siegel convence tanto no papel que depois de assistir fui procurar na internet se ela realmente era muda e surda (ela não é), esse também pode ser visto na Netflix pois aparentemente depois de um festival, o pessoal do serviço curtiu tanto o filme que comprou imediatamente os direitos dele.

Foi uma boa compra.



Rua Cloverfield 10
Dirigido por Dan Trachtenberg



Poucos se lembram do filme Cloverfield - Monstro de 2008, era um "found footage" (mesmo gênero de filmes como a Bruxa de Blair e Atividade Paranormal) sobre um ataque de monstro gigante em Nova York, e nesse ano passou uma ótima continuação que passou despercebida, e que não tem quase nada em comum com o original.

Primeiramente, Rua Cloverfield 10 é um filme normal (não é found footage) com atores conhecidos como Mary Elizabeth Winstead (a Ramona do Scott Pilgrim) e John Goodman (o Fred do filme dos Flintstones), assim como Hush ele é um filme de suspense extremamente claustrofóbico.

A história é sobre uma mulher que acorda num bunker debaixo da terra que pertence a um homem bem suspeito, ele jura que o ar fora do bunker é tóxico (que pode ou não ter relação com o monstro do primeiro filme), não direi mais nada porque iria ser spoiler, mas posso dizer que o filme é muito tenso, paranoico e tem uma conclusão surpreendente.

Mesmo que você tenha odiado o primeiro filme, esse ainda vale a pena.


Sala Verde
Dirigido por Jeremy Saulnier



Sala Verde é meu filme de terror favorito do ano, e sim, é mais um filme de espaços fechados e uma situação maldita. Na trama, uma banda punk, por falta de dinheiro, aceitam fazer um show num bar de Neonazistas (péssima ideia), é claro que as coisas dão errado e a banda fica presa numa sala verde (sacou?) com uma galera bem radical querendo arrancar o couro de cada um.

A melhor palavra para descreve-lo é brutal (ou punk, se preferir), a violência acerta em cheio, dá pra sentir cada facada, tiro e porrada mostrada na tela, o filme conta com o falecido Anton Yelchin (o Chekov dos novos Star Trek) e Patrick Stewart (o Professor Xavier) como vilão neonazista.



O Lagosta
Dirigido por Yorgos Lanthimos



Esse filme é a prova definitiva que a cada ano eu estou me tornando um maldito hipster metido a besta, pouquíssimas pessoas conhecem esse filme, pra falar a verdade, eu nem sei se ele foi lançado aqui, admito que assisti por meios "alternativos" porque as criticas foram muito boas.

O Lagosta é um filme mega bizarro, ele é quase surreal, mas não totalmente, pois ainda segue certas regras de lógica, uma lógica própria criada pelo filme.

Pense mais num filme como Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, que é certamente esquisito mas não tão difícil de entender, é bem uma mistura de Charlie Kaufman com Wes Anderson.

A trama mostra um mundo onde toda pessoa que fica solteira por muito tempo é transformada em um animal(!!!), e essas pessoas são mandadas para um hotel para conhecer e namorar alguém antes que atinjam a "data de validade" e sejam transformadas.

O nome do filme é uma menção ao animal que o protagonista quer se tornar (e a explicação do porquê é hilária), O Lagosta não é um filme para todos os gostos, se você for procurar por discussões na internet, tem pessoas que juram que esse é o pior filme que viram na vida.

Eu discordo obviamente, eu amei esse filme.

O fato é que a situação é tão absurda que você não leva tão a sério, mas ao mesmo tempo, de forma bem estranha, é um filme bem depressivo, não tem respostas fáceis ou desfechos felizes aqui, o humor é bem irônico, você pode rir, mas a melancolia está presente por toda sua duração.

Porque o filme fala sobre como a sociedade impõe noções exageradas sobre relacionamentos amorosos, "se você não se casar até os 30 anos, você nunca vai achar ninguém" e "você precisa encontrar um parceiro(a) e amar essa pessoa eternamente".

Você imaginou quantas pessoas tomaram péssimas decisões na vida por causa desses julgamentos? Quantas pessoas casaram sem ter certeza de que era realmente aquilo que queriam? acho que o número de divórcios responde bem a minha questão.



E o meu filme favorito desse ano é:

Sing Street: Música e Sonho
Dirigido por John Carney



A antítese do filme acima, Sing Street é o melhor romance do ano e um dos melhores filmes sobre música que já vi, se você como eu gosta de bandas como The Cure, Duran Duran e Depeche Mode, esse filme foi feito em medida para você.

A trilha sonora original é ótima e poderia muito bem ser um álbum de sucesso se fosse lançado na época, o humor e o drama são bem balanceados, é um filme perfeito para se sentir bem em um ano terrível e de poucas esperanças.

Sei que escrevi pouco, mas não há muito o que falar, todo mundo que vi assistindo amou o filme.




Menções honrosas

Filmes que foram bons, mas que tem alguns problemas que os impedem de estar na lista.

Procurando Dory
Dirigido por Andrew Stanton e Angus Maclane



Procurando Dory foi um filme decente, nada incrível como o primeiro filme, pois a magia parece ter acabado após tanto tempo esperando por essa continuação, mas ainda faz seu trabalho consideravelmente.

Capitão América: Guerra Civil Briga Escolar Civil
Dirigido por Anthony e Joe Russo



A cena do aeroporto foi espetacular e a participação do Homem-Aranha foi bem legal, mas achei que faltou algum impacto realmente dramático na tal "guerra", que mais pareceu uma briga de recreio no colégio.

Alguns culpariam a Disney, mas se vocês viram o final de Rogue One, vocês sabem que a empresa não teria problema nenhum em fazer algo mais pesado.

Invocação do Mal 2
Dirigido por James Wan



Eu gostei do cenário dos anos 70 e a homenagem aos filmes e casos sobrenaturais da época, as atuações são boas, principalmente da criança possuída, mas meu problema é que Invocação do Mal 2 ultrapassa o número aceitável de sustos e começa a ficar engraçado depois de um tempo.

Se a cada segundo você espera levar um susto,  já não é mais assustador, é um teste de previsibilidade.

O Homem nas Trevas
Dirigido por Fede Alvarez



O filme começa muito bem e usa sua trama de forma criativa (ladrões invadem a casa de um cego, mas ele é um psicopata e começa a caçar eles), mas próximo do final tem uma cena extremamente nojenta e desnecessária que não precisava estar no filme e a única coisa que o impediu de estar na lista.

Além do mais, ele é muito parecido com Hush, Rua Cloverfield 10 e Sala Verde, então eu tive que tirar um.

Deadpool
Dirigido por Tim Miller



Deadpool foi exatamente o filme que deveria ser, foi engraçado, violento e cheio de referências, mas por trás disso você tem a mesma história de origem e a mesma história de vingança de sempre. Deadpool foi criado por Rob Liefeld, um cara que todos fãs de quadrinhos sabem ser "limitado", principalmente com roteiros e muito mais com desenhos.

O criador de Deadpool é o mesmo que desenhou essa abominação

Pelo menos o filme do personagem dele foi legal.

Kubo e as Cordas Mágicas
Dirigido por Travis Knight



Do mesmo estúdio que fez Coraline e Paranorman, se você gostou desses dois filmes você provavelmente vai gostar desse também, a animação é linda, a história é diferente, mas interessante, e tem muita inspiração de Studio Ghibli aqui.

Parece uma descrição perfeita para um dos melhores filmes do ano, mas por alguma razão eu não fiquei muito empolgado assistindo ele.

Ainda merece ser visto e mencionado, pelo menos.

A Bruxa
Dirigido por Robert Eggers



Uma escolha controversa, eu não achei tão bom quanto os críticos apontaram e nem tão ruim quanto a audiência disse ser, e pode ter certeza que muita gente odiou esse filme, mas eu consigo ver ambas as opiniões. A Bruxa é muito bem atuado, escrito (todas as falas são exatamente de acordo com a linguagem da época) e dirigido, mas também é um tanto parado, chato e as coisas que deveriam ser assustadoras não acabam assustando tão bem.

Eu deveria ter medo de um coelho e uma cabra? eu sei que o capeta está neles, mas acho que é pedir demais.

A única exceção é a cena do bebê, que realmente foi perturbadora. E a atriz principal (Anya Taylor-Joy) é muito boa, e espero ver ela em mais filmes.


The Neon Demon
Dirigido por Nicolas Winding Refn



Esse é o único filme que eu colocaria entre os melhores e os piores do ano, The Neon Demon é ainda mais bizarro que outros filmes que citei aqui, não só é surreal, mas também é doentio, eu quase vomitei várias vezes próximo ao final. O próximo paragrafo contém spoilers, mas estarão marcados pra vocês pularem se quiserem.

Esse filme contém cenas de necrofilia explicita, canibalismo e uma cena bizarra onde uma mulher menstrua um rio de sangue, sem falar de um momento onde uma modelo vomita um olho e outra modelo come o olho regurgitado.

Não é um filme saudável

Eu não recomendo de jeito nenhum, porém, é a melhor fotografia do ano sem dúvidas, e se não fosse o teor pesado do filme, seria a escolha perfeita para o Oscar de fotografia.


Os Oito Odiados
Dirigido por Quentin Tarantino




Sabe, Os Oito Odiados é um ótimo filme...

depois dos primeiros 60 minutos que são inegavelmente muito chatos.


E essa foi minha lista de filme favoritos do ano de 2016, muito em breve irei postar o artigo de melhores músicas do ano e talvez um artigo de melhores séries do ano.





segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Genialidade Musical: I'll Keep Coming - Low Roar



Olá pessoal!

Estava pensando em novos tipos de artigos e um em especial veio a minha cabeça, uma análise de músicas que considero geniais, tanto a estrutura e conteúdo da letra quanto a parte instrumental, pois existem músicas que não são apenas uma diversão passageira, mas sim poesias profundas e significativas.

A escolhida dessa postagem foi I'll Keep Coming da banda islandesa Low Roar, do álbum "0" lançado em 2014, é uma banda extremamente desconhecida com  influência de Radiohead, e eu pareceria um belo Hipster se não admitisse que só ouvi a música por conta de um trailer.

O trailer em questão é do jogo Death Stranding, o novo game do famoso Hideo Kojima (criador da série Metal Gear Solid) e estrelado pelo ator Norman Reedus (o Daryl de The Walking Dead), o trailer é completamente abstrato, ninguém faz ideia do que ele realmente significa e já existem várias especulações sobre do que o jogo se trata.

A música logo se tornou consideravelmente famosa, o vídeo oficial já tem 1 milhão de views, tudo bem que não é nada demais, mas para uma banda pequena e alternativa da Islândia, é muito mais do que eles imaginavam.


A música chamou minha atenção de primeira, assim como o trailer, ela é bem abstrata, mesmo que a mensagem por trás dela seja consideravelmente simples.

Então irei analisar passagem por passagem da música para mostrar porque I'll Keep Coming é genial.


Nos momentos iniciais, você apenas ouve um som contínuo (que parecem conchas batendo) que mal podem ser considerados uma música, e começa o som do fundo, um sintetizador bem pesado e entra o vocal.

"Faintly, I'll go
To take this, Head on..."

Que significa "Fracamente, eu vou encarar isso, de cabeça erguida", o som opressivo ao fundo dá a ideia de alguém caído, quebrado, mas com uma promessa.

"Soon i'll come around
Lost and never found
Waiting for my words
Seen, but never heard
Buried Underground..."

"Logo eu estarei aí, perdido e nunca encontrado, esperando por minhas palavras, visto, mas nunca ouvido, enterrado no chão...".

Agora a ideia fica mais clara, a pessoa se sentiu perdida, muda e enterrada, a própria letra é vaga enquanto a isso, mas a faixa continua tomando forma, agora com vocais ao fundo, lembrando que todos os sons anteriores ainda estão tocando em paralelo.

"But i'll keep coming..."

"Mas eu continuarei voltando",  a batida começa e lembra o batimento de um coração, e outro som estranho e forte toca, é como se a pessoa estivesse voltando a vida.

"Wipe those tears off
And make your heart proud..."

"Limpe essas lágrimas, e faça seu coração ter orgulho"  significa deixar a tristeza de lado e lutar por algo melhor. O trecho anterior "Soon i'll come around..."  é repetido novamente, mas dessa vez com um novo significado, é como relembrar e reafirmar que:

"Eu continuarei voltando"

E isso é repetido até o fim da música, dando a ideia de que não importa quantas vezes ele caia, ele continuará voltando de novo e de novo, e a música está completa, todos os sons estão alinhados, aqueles sons abstratos e sem sentido do inicio tomam forma, assim como a pessoa.

I'll Keep Coming é uma música de superação, existem milhares dessas, mas essa é especial, pois não é apenas a letra que fala disso, é toda a estrutura da música, o timing entre os sons e os vocais e o que eles querem dizer, a própria faixa mal começa como uma música e vai se tornando uma ao final.

A escolha para o trailer foi perfeita, pois os acontecimentos do vídeo combinam, um homem deitado na praia (sons de conchas tocando no fundo), a letra de superação enquanto ele se levanta e o ápice da música quando ele olha para o céu e vê as figuras voadoras.

Não somente isso, pois essa escolha foi totalmente intencional, os fãs mais ligados de videogame irão notar que a música combina até mesmo com o próprio criador do jogo, Kojima foi demitido após quase 40 anos de trabalho na Konami por diversas desavenças com a empresa, ele deve ter ficado um tanto abatido, mas ele "continuou voltando", tanto que essas foram exatamente as palavras dele ao aparecer no evento para mostrar o game, ele disse ao público: "Eu voltei!".


Por isso considero "I'll Keep Coming" uma música genial, a banda pegou um tema bem batido (mas completamente universal) e fez algo novo e interessante, e agora toda vez que eu me sinto pra baixo, eu gosto de ouvi-lá e lembrar que eu mesmo "continuarei voltando".

Bem, é melhor que ouvir "You're the best around" pela bilionésima vez.





domingo, 20 de novembro de 2016

Um jogo chamado Vida Real 


Todo mundo que me conhece sabe que adoro videogames, e já comentei bastante como eles podem ser muito mais do que apenas um passatempo, e ser uma ótima experiência assim como um livro, um filme ou uma música. Com isso dito, nem todos os jogos são bons e alguns prometem muito e acabam por ser grandes decepções, então venho aqui falar de um dos jogos que mais quebra minha cabeça, um que não faço ideia se é o pior ou o melhor jogo que já joguei, ele se chama Vida Real, ou apenas VR, para mim não ter que escrever em extenso toda vez.

Vida Real é extremamente longo, enquanto a maioria dos jogos duram no minimo 10 a 20 horas (com exceções a alguns RPGs e Sandboxes que podem durar mais de 100 horas), Vida Real parece interminável, sua jogatina pode durar anos, e mesmo com todo esse tempo, é extremamente difícil completar todos os objetivos.

Esse tipo de imagem é o que mais aparece quando você procura "Vida" no Google imagens

A própria ideia de objetivos é bem estranha no jogo, não há nenhuma caixa lhe guiando, nenhum motivo claro, só alguns personagens que podem te dar ideias do que fazer nesse mundo gigantesco, apesar de ser bem interessante, isso pode causar uma jogabilidade extremamente repetitiva e sem foco.

No inicio do game, você nasce com quase nenhumas habilidades, existem alguns guias que lhe dão o tutorial, mas você demora anos para aprender todos os comandos, são milhares de variáveis com diversos resultados, e mesmo após passar por esse tutorial, o jogo continua te ensinando mais comandos durante seu progresso.

Você no inicio do jogo

A liberdade de ações é questionável, teoricamente você pode fazer o que quiser, mas é necessário seguir um número infinito de regras, que ao serem quebradas irão trazer consequências que podem arruinar toda a jogatina.

"Correr pelado pela rua parecia uma ótima ideia"

 O game usa um sistema chamado "Dinheiro", onde é preciso completar algumas sidequests ,em qualquer outro jogo isso seria apenas um colecionável, mas em Vida Real ele é vital.


Conseguir "Dinheiro" não é nada fácil, você pode pedir emprestado para seus guias do tutorial, mas geralmente é pouco e raramente resulta em progresso, a melhor forma de adquirir o item é achando alguns minigames chamados "Trabalhos".

"Trabalhos" são um saco absoluto, você precisa fazer tarefas repetitivas por extensos períodos de tempo que podem ou não lhe dar o tão necessário "Dinheiro", e isso me leva a minha maior critica ao jogo.

"Só trabalho sem diversão faz de Jack um bobão"

Nada é certo em Vida Real, você pode dar todo seu tempo, esforço e conhecimento em seus objetivos (que lembrando, você mesmo tem que criar) e isso não necessariamente significa que você irá vencer, Isso é extremamente desleal para um jogo, pois em muitas vezes não há recompensas por tudo que você investiu.

Até mesmo sua relação com os outros personagens, mesmo que você faça tudo correto, eles talvez não colaborem com você, isso porque Vida Real não é premeditado, não segue uma exata narrativa, ao invés de inteligências artificiais, o jogo inteiro é multiplayer.

As histórias são diferentes para cada jogador, todas geralmente bem imprevisíveis.

Identifique o personagem principal...
Pois é, não existe nenhum

Alguns outros jogadores nascem com mais itens, outros com melhores atributos (vale lembrar que não há opção de customizar aparência no inicio), isso pode acabar criando um bug chamado "desigualdade", e o pior de tudo é que até mesmos os patches feitos para resolverem esses problemas podem acabar criando novos bugs.

A comunidade que tenta consertar os bugs de VR tem o nome estranho de "Política", e mesmo com diversas promessas, eles parecem pouco confiáveis e muitos de seus "consertos" são extremamente questionáveis.

Eles parecem querer consertar o jogo pra você?

Existem elementos de RPG em Vida Real, como ganhar experiência para aperfeiçoar habilidades e precisar atuar em diversos momentos, pois há vária regras que você tem que seguir para ser bem aceito nas comunidades e clãs do jogo (formados por outros jogadores).

Alguns clãs se odeiam por razões pífias como cor ou ideologia do personagem, o que me pareceu bem idiota e só atrapalha o jogo.

As brigas sem sentido que ferram o jogo

O item "Dinheiro" também pode ajudar em outro sistema do jogo, chamado "Status", que mostra sua influência sobre os outros jogadores, alguns podem te ignorar se seu "Status" não for grande o suficiente.

Mas de longe a pior coisa de Vida Real é a morte eterna, enquanto em outros jogos você pode repetir a mesma parte até fazer certo, em VR você só tem uma 1 vida, e digamos que não é um jogo nada fácil, seu personagem é frágil e pode morrer por qualquer coisa, como por exemplo: doenças (um elemento do game só para te sacanear), desentendimentos com outros jogadores (por brigas ou por ele queria roubar seus itens) e até mesmo por excesso de jogo.

Você jogou demais

Não parece ridículo? o jogo te mata por jogar demais, geralmente após 60 anos de jogatina, é algo impensável em qualquer outro game.

Eternamente

Resumindo, é uma bela confusão, eu passaria um bom tempo listando todos os problemas e contradições que Vida Real têm.


Porém, devo admitir que os gráficos são certamente os mais realistas que já vi, todas as texturas são perfeitamente construídas, já a quantidade de frames por segundo eu prefiro não comentar, pois é um assunto bem complicado que vários especialistas já discutiram e não tenho nada a acrescentar.

Gráficos ultra HD 4K

Inicialmente, a beleza gráfica era o único ponto positivo que conseguia pensar, e Vida Real não poderia possivelmente receber uma nota alta, mas ao mesmo tempo não poderia dar uma nota baixa sem saber mais sobre o game, refleti por anos, qual é o motivo, razão ou utilidade de VR?

Algo com mecânicas tão quebradas não poderia ser intencional, então tentei procurar a suposta empresa por trás do jogo, ver o que diabos aconteceu durante a produção dessa linda bagunça tão fascinante.

Qualé desse jogo?

Mas não consegui achar nada concreto, então pedi nos fóruns do jogo se alguém sabia da história da produtora do game, muitos vieram com a imagem de uma cruz, aparentemente de uma produtora chamada "Deus", suponho que a cruz seja a marca da empresa.

Simples e efetivo

Recebi milhares de símbolos e nomes de empresas diferentes, uma em específico me chamou a atenção, chamada Ciência, que tinha uma explicação mais crível da produção do game, mas também acabou por ser nada concreto no final.


Ninguém estava certo e ninguém estava errado, parecia que o jogo simplesmente se formou, se produziu, com mecânicas, visuais e lógicas únicas e próprias. Parei de procurar após um tempo, e tentei me focar apenas no jogo, e não em sua criação, e cheguei a algumas conclusões.

Vida Real é um jogo quebrado, difícil e desleal , mas ao mesmo tempo, tem momentos tão bons e memoráveis que definitivamente deve ser jogado até o fim, a frustração de falhar várias vezes na mesma ação é recompensada ao você finalmente vencer , é uma situação única e extremamente satisfatória.

Eu descobri que VR não é só sobre cumprir objetivos que você mesmo cria, é sobre o quanto você consegue jogar e se manter forte perante as dificuldades, todo game tem partes maçantes de repetição e que parecerem desnecessárias de primeira, mas que em retrospecto são essenciais a experiência.

Pois não é a conclusão, mas é a jornada inteira que vale a pena, mesmo que por muito tempo a jornada seja difícil e desleal, é sobreviver a isso que torna Vida Real um jogo tão único e fascinante.

Não faço ideia de que nota poderia dar a VR, não é uma qualidade que possa ser medida nas formas convencionais da escrita crítica, só posso dizer que fico feliz em jogar Vida Real todos os dias, mesmo deliberadamente não sendo muito bom.